A Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês) informa que o total de usuários de telefones celulares quase triplicou nos países em desenvolvimento nos últimos cinco anos. Essa base corresponde agora a cerca de 58% dos usuários de celulares do mundo.
A região da América Latina aparece no relatório com a terceira maior taxa de crescimento no número de celulares entre as outras partes do mundo, “com Brasil, México, Argentina, Colômbia e Venezuela sendo responsáveis por 75% dos novos assinantes (de celulares) da região”, afirma o relatório. “Na África, onde o aumento, em termos do número de usuários de telefones celulares e penetração, tem sido maior, esta tecnologia pode melhorar a vida econômica da população como um todo”, afirma o relatório.
O documento relata ainda que telefones celulares são a principal ferramenta de comunicação para pequenos negócios em países em desenvolvimento, reduzindo custos e aumentando a velocidade de transações. O uso da Internet continua a aumentar em todo o mundo, mas países desenvolvidos ainda são responsáveis pela maior parte dos usuários e têm as maiores taxas de penetração da rede mundial de computadores entre suas populações.
“Em 2002, a disponibilidade de Internet em países desenvolvidos foi 10 vezes maior do que em países em desenvolvimento; em 2006, foi seis vezes maior”, informa o relatório.
A Unctad analisou que a revolução nas tecnologias de informação e comunicação está se espalhando para o mundo emergente, mas ressaltou que muito ainda precisa ser feito. Entre suas recomendações está mais investimento dos países em capital humano e infra-estrutura, além da elaboração de melhores regulamentos e leis para a Internet.
O relatório, de quase 400 páginas, comenta a penetração da web entre as empresas e no comércio eletrônico no Brasil. O documento cita que 95% das empresas tinha acesso à Internet em 2006 e desse total, 89% usavam a rede mundial via banda larga. Apesar disso, o documento afirma que “apenas somente metade das empresas brasileiras têm um site, que normalmente serve como portal para comércio eletrônico”.