Uma questão freqüente
entre os que estão iniciando no design e na computação
gráfica: qual a diferença entre as fontes
truetype e as fontes type 1?
Simplificadamente, são formatos diferentes de uma
mesma coisa – padrões para fontes de computador
– criados por empresas diferentes – Adobe (type 1) e Apple/Microsoft
(truetype).
Ambos os padrões
são baseados em "outlines" (contornos)
que podem ser ampliados ou reduzidos sem aparente perda
de qualidade. O uso cotidiano dos dois formatos é
idêntico, seleciona-se uma fonte no menu do software
gráfico, escolhe-se um tamanho e pronto.
Fontes truetype são reconhecidas
diretamente pelos sistemas operacionais corriqueiros,
como MacOs e Windows. Em algumas versões do Windows
(3.1/95/98/Me) é necessária a instalação
de um programa adicional, o Adobe Type Manager, para
o reconhecimento de fontes type 1 pelo sistema.
Fontes truetype compõem-se apenas
de um arquivo, de extensão .ttf. Fontes type
1 vêm sempre em pares de arquivos, de extensão
.pfb e .pfm.
Como "software", os dois formatos
apresentam estruturas internas bem diversas. O type
1, baseado na linguagem postscript da Adobe, apresenta
um código mais simples. O truetype, mais complexo,
tem seu código estruturado em tabelas bem complicadas.
Por conta desta diferença, arquivos de fontes
type 1 são menores em "bytes" que os
arquivos de fontes truetype.
Alguns advogam que a diferença
de complexidade de código dificulta um pouco
a impressão de arquivos com fontes truetype em
impressoras de alta resolução, como imagesetters
e afins. Na verdade, as fontes type 1 tem uma performance
melhor nestes equipamentos por serem escritas em uma
derivação do postscript, que é
a linguagem padrão para estes tipos de dispositivo.
Como quase tudo em computação, quanto
menos tradução, melhor.
Atualmente, fontes truetype já
não causam grandes problemas de impressão,
desde que as fontes sejam de boa qualidade. É
também recomendado que não se misture
fontes type 1 com fontes truetype em arquivos destinados
à impressão.
A favor do truetype vem a sua capacidade
de se apresentar melhor em equipamentos de baixa resolução,
principalmente em tela (72/96dpi). Isso só acontece
quando a fonte foi especialmente preparada para tal.
É o caso das fontes truetype desenvolvidas pela
Microsoft, como Verdana, Arial e outras, que acompanham
o Windows. Existem poucas fontes com qualidade equivalente
disponíveis no mercado.
Outra característica interessante
do truetype é sua capacidade de suportar idiomas
com caracteres com muitos sinais. Isto porém
interessa mais a quem desenvolve fontes do que para
quem usa fontes, pelo menos aqui no Brasil.
Teoricamente, vale o que se diz por ai:
fontes type 1 são mais adequadas para quem trabalha
com impressos, fontes truetype são mais adequadas
para quem trabalha em tela, como web ou multimídia.
Num próximo artigo tentarei explicar
porque na realidade as coisas são ou não
são bem assim.