A inteligência artificial já faz parte do cotidiano, sendo usada para estudos, atividades pessoais e trabalho, inclusive em processos seletivos. No Brasil, o uso está crescendo: pesquisa da Bain & Company revela que 62% dos brasileiros estão familiarizados com ferramentas de IA e 18% a utilizam frequentemente. Além disso, 67% das empresas no país consideram a IA uma prioridade estratégica, e para 17% ela já é o principal foco de investimento.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, a IA gerará grande impacto no mercado de trabalho, podendo eliminar 85 milhões de empregos até 2025. Por outro lado, pode criar 97 milhões de novas vagas, aumentando a demanda por profissionais capacitados.
A partir desse cenário, o especialista em Inteligência Artificial professor Paulo Marcos Figueiredo de Andrade, do curso de Ciência da Computação na UNIASSELVI, lista seis boas práticas para usar a IA de maneira estratégica e eficiente.
1. Escreva prompts claros e bem estruturados
O sucesso das respostas geradas por uma IA depende diretamente da qualidade da instrução (prompt). Prompts confusos ou mal elaborados podem resultar em respostas falsas, inconsistentes ou até nas chamadas “alucinações” da IA. Certifique-se de estruturar perguntas claras e contextualizadas.
2. Considere a data de corte de treinamento da tecnologia
Modelos de IA têm limitações temporais com base em quando foram treinados. Por exemplo, enquanto o ChatGPT 4.1 possui informações até junho de 2024, outros sistemas como o Gemini 2.5 se limitam ao início de 2023. É essencial verificar se a ferramenta utilizada é adequada ao contexto temporal da informação que você precisa.
3. Entenda que a IA não raciocina como humanos
Apesar de gerar respostas sofisticadas, as ferramentas de IA não possuem raciocínio ou lógica estruturada. Elas operam com base em padrões linguísticos estatísticos, o que pode gerar falhas em tarefas que exigem atenção lógica, como cálculos ou análises complexas. Avalie criticamente as respostas fornecidas.
4. Esteja atento aos preconceitos e distorções nos dados
Como os modelos de IA são treinados com dados massivos da internet, eles podem refletir vieses sociais, culturais e históricos. É fundamental questionar e validar respostas para evitar a reprodução de preconceitos ou estereótipos.
5. Evite prompts maliciosos ou enviesados
A IA é suscetível a comandos intencionalmente construídos para gerar respostas incorretas ou tendenciosas. Use ferramentas confiáveis e com mecanismos robustos de segurança e verificação para garantir a integridade dos resultados.
6. Considere limitações linguísticas
Muitos modelos de IA têm maior precisão em responder em inglês devido ao volume predominante de dados nesse idioma durante o treinamento. Caso as respostas em português sejam insatisfatórias, experimente reformular o comando em inglês para obter resultados mais completos e precisos.