Gerência de Projetos Dev & TI

6 mai, 2011

A centralização da TI como fator de risco

Publicidade

A evolução da tecnologia da informação (TI) fez com que
quase todas as empresas passassem a ter algum suporte para a área – seja
interno ou terceirizado – para não paralisar os processos empresariais por
conta de problemas nas máquinas ou nos sistemas de gestão. Os gestores que
investem no setor acreditam que, com o suporte, estão se livrando de uma “dor
de cabeça”, porém, há uma tendência preocupante, em que os profissionais de TI
costumam centralizar todos os processos tecnológicos, fazendo com que as
empresas, sem perceberem, acabem virando refém desses profissionais.

Hoje, 70% dos gestores que nos procuram alegam ter problemas
de transição no departamento de TI, que, de acordo com eles, além de não
apresentar um resultado satisfatório, cria um ecossistema em que os processos
tecnológicos da empresa dependem das pessoas que trabalham na área. Os sistemas
ERPs, os de mensageria e os de colaboração costumam ser os mais “customizados”
– logo, são os mais centralizados.

Com estudos de mercado, observei que os gestores do negócio
não têm uma visão amadurecida do que realmente é a Tecnologia. Seus campos de
visão focam apenas nas ferramentas que utilizam e seus benefícios, não
conhecendo a infraestrutura que está por trás. Encontramos esses cenários
principalmente em PMEs, já que as grandes corporações estão alertas para esse
movimento.

A insegurança é geralmente a maior razão para esse
comportamento centralizador dos profissionais de TI, que acreditam que os
mercados de datacenter e de virtualização irão tomar seus empregos. Vale
lembrar que bons profissionais sempre terão seu espaço no mercado que, como
todos sabem, está carente de pessoas capacitadas. E há empresas dispostas a
pagar bons salários para quem puder assumir a demanda.

O fato é que, com tudo isso, os gestores se tornam reféns de
uma área que não deveria gerar problemas. Como principais prejuízos eles
admitem ter perda de tempo e produtividade, além da dificuldade em manter a
fluidez do serviço em momentos de mudanças. Para que isso não aconteça, a TI
deve ser encarada como um departamento estratégico – e todo departamento
estratégico deve ser acompanhado de perto.

Entendo que os gestores não têm tempo para se ocuparem com
assuntos da TI, e também não espero que compreendam infraestrutura ou sistemas.
Mas sempre recomendamos que eles participem da contratação desses serviços de
forma mais ativa e incluam o departamento de TI nos processos de auditoria,
cobrando as documentações e os procedimentos da área. Assim, caso ocorram
discrepâncias, elas serão facilmente identificadas e rapidamente solucionadas.

Para as empresas que estão começando ou têm a oportunidade
de reestruturar a área, aconselho optarem por tecnologias que não dependem de
infraestrutura física – um exemplo são os serviços em nuvem, que não exigem
servidores internos e dispensam manutenção. Além disso, devem produzir
documentos com os processos de TI detalhados para que os mesmos sejam usados
por qualquer profissional que venha a assumir a área em momentos de transição e
update. Deve-se, também, definir o planejamento estratégico do departamento,
que deve ser alinhado com o planejamento estratégico da empresa.

Já para quem quer resolver esse problema na empresa, seguem
algumas dicas: deve-se analisar e diagnosticar se o departamento de TI é
centralizado, seja ela por funcionário ou por uma terceirizada. Se a resposta
for positiva, a recomendação é contratar uma consultoria especializada para
auxiliar a empresa e o departamento de TI a estruturarem processos que não
gerem dependência.