O tempo passou e o aprendizado com Protractor continua evoluindo… Hoje iremos demonstrar em um projeto público que está em desenvolvimento, como criar testes automatizados com Protractor utilizando o padrão PageObjects, amplamente utilizado na comunidade para a criação dos mais diversos tipos de testes.
Primeiro, vamos entender melhor o que é e para que serve este padrão.
O padrão PageObjects representa as telas/páginas de sua aplicação web como uma série de objetos, com seus atributos e métodos. Este padrão é utilizado por alguns motivos, dentre eles: a reutilização de código, o desenvolvimento de código limpo e para tornar os testes em si mais fáceis de serem lidos.
Não ficou claro? Vamos para alguns exemplos a partir do projeto previamente mencionado.
Este projeto foi desenvolvido desde seu início pensando no uso do padrão PageObjects, portanto, neste artigo vamos ver PageObjects “em ação” e depois fazer uma engenharia reversa para ver como seriam os mesmos testes se não fossem criados dessa forma.
Dentro do diretório tests há um arquivo chamado contact.spec.js, o qual será utilizado para este exemplo. O conteúdo deste arquivo é demonstrado abaixo:
/** * @file contact.spec.js */ var ContactPage = require('./pages/contact.page'); browser.ignoreSynchronization = true; describe ('Contact', function () { beforeEach (function () { ContactPage.get(); }); it ('should successfully submit the contact form', function () { ContactPage.submit('Ana', 'ana@banana.com', 'teste lorem ipsum'); expect(ContactPage.successMessage.isDisplayed()).toBe(true); }); it ('should not successfully submit the contact form because of empty mandatory fields', function () { ContactPage.submit('', '', ''); expect(ContactPage.successMessage.isPresent()).toBe(false); }); });
Vamos ler este arquivo:
Inicialmente, já podemos ver que um arquivo chamado contact.page é requerido, na linha 5. A linha 7 já foi explicada neste artigo. Esta é utilizada para testes de aplicações não-Angular, neste caso, para testes de uma aplicação Drupal.
Na linha 9, a funcionalidade ‘Contact’ é descrita e dentro deste describe ficarão todos os testes desta funcionalidade, ou seja, todos os testes do formulário de contato.
Nas linhas 10 a 12, o método beforeEach do Protractor é utilizado para gerar a pré-condição de cada teste, neste caso o acesso à página de contato.
Nas linhas 14 a 17 é descrito o teste que submete este formulário com sucesso, o qual utiliza do método submit da contact.page (linha 15) e verifica que o atributo successMessage está sendo exibido (linha 16).
Nas linhas 19 a 22 é descrito o teste em que o formulário não é submetido com sucesso pela falta do preenchimento dos campos obrigatórios. Na linha 20, o mesmo método submit é utilizado, porém passando valores vazios para cada campo da página (nome, e-mail e mensagem) e, então, na linha 21 é feita a verificação de que a successMessage não está presente.
Apesar da minha explicação, se você parar para ler este arquivo com atenção, verá que ele é praticamente auto descritivo. Isto ocorre devido ao uso do padrão PageObjects.
Vamos agora ao arquivo o qual exporta este objeto ContactPage… Dentro da pasta tests/pages existe um arquivo chamado contact.page.js. O mesmo possui o seguinte conteúdo:
/** * @file contact.page.js */ var ContactPage = function () { this.name = element(by.css('.webform-client-formit-submitted-nome')); this.email = element(by.css('.webform-client-form #edit-submitted-email')); this.message = element(by.css('.webform-client-form textarea')); this.submitButton = element(by.css('.webform-client-form input[value="Submit"')); this.successMessage = element(by.cssContainingText('.webform-confirmation p', 'Thank you, your submission has been received.')); this.get = function () { browser.get('/?q=node/3’); }; this.fillForm = function (name, email, message) { browser.driver.sleep(100); this.name.sendKeys(name); browser.driver.sleep(100); this.email.sendKeys(email); browser.driver.sleep(100); this.message.sendKeys(message); browser.driver.sleep(100); }; this.submit = function (name, email, message) { this.fillForm(name, email, message); browser.driver.sleep(100); this.submitButton.click(); }; }; module.exports = new ContactPage();
Vejamos:
Na linha 5 o objeto é armazenado na variável ContactPage. Já nas linhas 7 a 11, os atributos deste objeto são definidos (campos de nome, e-mail e mensagem; botão de submit; e mensagem de sucesso). Nas linhas 13 a 15, por sua vez, o método get é definido, o qual simplesmente leva o usuário à página de contato.
Nas linhas 17 a 25, o método fillForm é definido, o qual preenche cada campo do formulário de contato com os argumentos que recebe por função. Já nas linhas 27 a 31, o método submit é definido, que utiliza do método fillForm para preencher o formulário e, então, clica no botão de submit.
E, por fim, na linha 35, um novo objeto ContactPage é exportado para ser utilizado nos testes. Ou seja, aqui podemos voltar na linha 5 do arquivo contact.spec.js onde o PageObject é requerido, e é neste momento que o teste já tem à sua disposição uma novo objetoContactPage.
Agora, vamos à engenharia reversa. Imagine como seriam estes mesmos testes se não estivéssemos utilizando PageObjects.
Eles seriam algo como:
/** * @file contact.spec.js */ browser.ignoreSynchronization = true; describe ('Contact', function () { beforeEach (function () { browser.get('/?q=node/3 }); it ('should successfully submit the contact form', function () { element(by.css('.webform-client-form #edit-submitted-nome')).sendKeys('Ana'); element(by.css('.webform-client-form #edit-submitted-email')).sendKeys('ana@banana.com'); element(by.css('.webform-client-form textarea')).sendKeys('teste lorem ipsum'); element(by.css('.webform-client-form input[value="Submit"')).click(); expect(element(by.cssContainingText('.webform-confirmation p', 'Thank you, your submission has been received.')).isDisplayed()).toBe(true); }); it ('should not successfully submit the contact form because of empty mandatory fields', function () { element(by.css('.webform-client-form #edit-submitted-nome')).sendKeys(''); element(by.css('.webform-client-form #edit-submitted-email')).sendKeys(''); element(by.css('.webform-client-form textarea')).sendKeys(''); element(by.css('.webform-client-form input[value="Submit"')).click(); expect(element(by.cssContainingText('.webform-confirmation p', 'Thank you, your submission has been received.')).isPresent()).toBe(false); }); });
Perceba o quão maior ficou cada teste no arquivo contact.spec.js e como ele ficou mais difícil de ser lido. Além disso, já não está mais se considerando a reutilização de código, o que gera dificuldade de manutenção quando uma alteração é feita na aplicação, o que requer alterações nos testes também.
Portanto, ao utilizarmos o padrão PageObject, estamos escrevendo testes de uma forma mais robusta no que diz respeito à manutenibilidade; ou seja, caso um elemento na tela de contato seja alterado (digamos que a mensagem de sucesso venha a ser traduzida), neste caso, somente o arquivo contact.page.js precisa ser modificado, não interferindo nos testes que o utilizam, sejam lá quantos testes forem. Logo, teremos que alterar somente uma linha de código, em vez de várias. Além disso, com o uso de PageObjects estamos escrevendo testes de forma mais limpa e legível, podendo ser facilmente entendível ao “bater o olho” nos testes.
Em resumo, com PageObjects atingimos:
- Padronização;
- Melhora na manutenibilidade dos testes;
- Código limpo;
- Legibilidade.
Caso tenha ficado interessado no assunto, recomendamos a série de vídeos Aprendendo Protractor. Lá você encontrará materiais básicos e intermediários (todos mão na massa) sobre o uso do Protractor, inclusive utilizando o padrão PageObjects.
Além disso, você também pode dar uma olhada nestes outros conteúdos sobre Protractor (os videos se repetem, mas tem vários outros conteúdos no formato de texto).
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Artigo publicado originalmente em: http://blog.taller.net.br/protractor-e-pageobjects-uma-combinacao-perfeita/