DevSecOps

18 set, 2007

Plano de Discagem – Voz sobre IP

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Agora que já sabemos como é feita a interligação e configuração para voz sobre ip, vamos falar a respeito de plano de discagem e como podemos manipular este tipo de configuração.

Plano de discagem

O plano de discagem é o que utilizamos para determinar qual o caminho iremos utilizar para encaminhar as chamadas que chegam até o roteador, chamado Dial-peer (ponto de chamada).

Podemos ter 2 tipos de Dial-peer, os de voz (chamado POTS) e os de dados (que podem ser VoIP ou VoFR). Os Dial-peer de voz podem ser de saída ou entrada, pois vamos ver que algumas sinalizações necessitam de Dial-peers de entrada, apesar de que podemos criar um Dial-peer de saída e acrescentar comandos de entrada, dessa forma ele pode ser de entrada e saída ao mesmo tempo.

Antes de começar a configurar o plano de discagem precisamos definir uma tabela com os códigos de localidades, a quantidade de dígitos que terão os ramais de cada localidade e quais serão os dígitos que serão encaminhados ao PABX.

Como criar Plano de Discagem

Os comandos para criar o plano de discagem são:

Desta forma termos uma configuração mais ou menos assim:

Dial-peer de voz de saída:

dial-peer voice 1 pots

preference 1

destination-pattern 11….

port 1/0:0

Dial-peer de voz de entrada:

dial-peer voice 2 pots

preference 1

destination-pattern ….

direct-inward-dial

port 1/0:0

Dial-peer de dados de VoIP:

dial-peer voice 3 voip

destination-pattern .T

session target ipv4:172.168.1.1

ip qos dscp cs5 media

Dial-peer de dados de VoFR:

dial-peer voice 4 voip

destination-pattern .T

session target serial 0 20

Centralizar o plano de discagem

Quando se tem 2 ou 3 sites se falando, torna-se simples construir um plano de discagem, mesmo que seja necessário colocar o plano de discagem nos 3 pontos. Porém, quando se tem 20 a 30 pontos que conversam entre si, torna-se inviável colocar o plano de discagem de todos os pontos em cada ponto, é preciso centralizar. Para centralizar precisamos utillizar o Tandem (para VoFR) ou o Gatekeeper (para VoIP).

VoFR Tandem

Para centralizar as chamadas utilizando Tandem é preciso que em cada ponto remoto, seja acrescentado apenas um “Dial-peer voice n VoFR” onde o “destinattion-pattern” será “.T”, o que identifica que todas as chamadas que não estejam identificadas nos Dial-peers POTS sejam enviadas ao central (session-target apontando para o Central).

No site Central por sua vez deve haver plano de discagem para todas as localidades, por exmeplo site A e site B, é o que garante que as chamadas que chegarem, por exemplo, do site A passe pelo site Central e atinja o site B.

Desta forma a configuração dos sites remotos e do Central ficam mais ou menos assim:

Site A

dial-peer voice 1 pots

destination-pattern 2…

port 1/1

forward-digits all

!

dial-peer voice 10 vofr

destination-pattern .T

session target Serial0 21

Site B

dial-peer voice 1 pots

destination-pattern 3…

port 1/1

forward-digits all

!

dial-peer voice 10 vofr

destination-pattern .T

session target Serial0 20

Site Central

dial-peer voice 1 pots

destination-pattern 1…

port 1/1

forward-digits all

!

dial-peer voice 10 vofr

destination-pattern 2…

session target Serial0 21

!

dial-peer voice 20 vofr

destination-pattern 3…

session target Serial0 20

VoIP – Gatekeeper

Gatekeeper, em resumo é um DNS para voz, que recebe o número da chamada de voz de um ponto de origem, transforma este número da chamada em endereço IP de destino e retorna ao ponto de origem esta informação, esta troca de pacotes utiliza a sinalização H323, trocando mensagens ARQs e LRQs. As mensagens ARQs são trocadas entre Gatekeeper e ponto final e as mensagens LRQs são trocadas entre Gatekeepers e são utilizadas quando existe mais de uma zona (ou domínio) de chamadas.

Para centralizar as chamadas utilizando VoIP Gatekeeper é um pouco mais complicado, inicialmente é necessário eleger o equipamento que será o Gatekeeper que pode ser o site central de voz ou um novo equipamento que fará apenas este papel, conectado ao central de voz via LAN (que é o mais recomendado). O software é outro assunto a tomar cuidado pois deverá ser um IOS com a feature IP/H323. Normalmente utilizamos uma interface LoopBack, configurada com um endereço IP, com máscara fechada que servirá de referência para cada site que terá tráfego de voz VoIP. Inicialmente é necessário garantir que todos os sites envolvidos estejam com as rotas corretas, ou protocolo de roteamento habilitado de forma que todos possam testar via “ping” as LoopBacks garantindo a conectividade entre os sites. Depois da conectividade garantida

começamos a configurar o Gatekeeper.

Já nos sites remotos a configuração é um pouco mais complicada, pois é necessário primeiro criar a comunicação entre o endpoint e o gatekeeper para troca de mensagens ARQs. Depois associar as chamadas remotas ao Gatekeeper, como no exemplo abaixo.

As configurações vão ficar mais ou menos assim:

Gatekeeper

interface Loopback0

ip address 10.50.5.1 255.255.255.255

!

gatekeeper

zone local gatekeeper-spo cpm 10.50.5.1

gw-type-prefix 110* gw ipaddr 10.50.5.2 1720

gw-type-prefix 112* gw ipaddr 10.50.5.3 1720

no shutdown

Endpoint 1

interface Loopback0

ip address 10.50.5.2 255.255.255.255

h323-gateway voip interface

h323-gateway voip id gatekeeper-spo ipaddr 10.50.5.1 1719

h323-gateway voip h323-id alpha@ cpm

h323-gateway voip bind srcaddr 10.50.5.2

!

dial-peer voice 1 pots

destination-pattern 110….

direct-inward-dial

port 1/0:0

forward-digits 4

!

dial-peer voice 2 voip

destination-pattern .T

session target ras

ip qos dscp ef signaling

no vad

Endpoint 2

interface Loopback0

ip address 10.50.5.3 255.255.255.255

h323-gateway voip interface

h323-gateway voip id gatekeeper-spo ipaddr 10.50.5.1 1719

h323-gateway voip h323-id alpha@ cpm

h323-gateway voip bind srcaddr 10.50.5.3

!

dial-peer voice 1 pots

destination-pattern 112….

direct-inward-dial

port 1/0:0

forward-digits 4

!

dial-peer voice 2 voip

destination-pattern .T

session target ras

ip qos dscp ef signaling

no vad

Como Manipular o Plano de Discagem

Destination-pattern – para podermos trabalhar de forma correta o comando destination-pattern precisamos conhecer como funcionam os wildmasks:

Alguns exemplos de como se usa:

Em adição aos caracteres wildcard, os seguintes caracteres também podem ser usados nos destination- pattern:

o Asterisco (*) e sustenido (#) — estes caracteres nos teclados de chamadas padrão podem

ser usados como qualquer destino. Eles podem ser usados como por exemplo *650.

o Cifra ($)– Desabilita o encontro de destinos com tamanhos variáveis.

Temos ainda alguns comandos que nos auxiliam na criação e manipulação do planos de

discagem.

Num-exp – determina uma regra que pode acrescentar ou decrescer dígitos de uma seqüência, é definido na configuração global e toda chamada que chegar ao roteador, seja lá qual for a direção será afetada pelo comando, porém não pode alterar a seqüência:

Ex. num-exp 1234 123456 – Num-exp seq-source seq-destination

Translation-rule – determina regras de tradução. Dentro de uma tradução, pode ter várias regras, esta tradução deverá ser definida na configuração global, porém só será utilizada no Dial-peer que for associado.

Translation-rule number Define um número que se refere a tradução, para se iniciar a criar as regras.

Rule source destination Define a regra com o número encontrado e o número ao qual será transformado, pode-se ter várias rules dentro de um translation-rule.

Desta forma os comandos acima ficam assim:

Router(config)# num-exp 123 123456

e

Router(config)# translation-rule 0

Router(config)# rule 64 66

Router(config)# rule 63 67

Router(config)# rule 62 68

Router(config)# Dial-peer voice 1 POTS

Router(config-dial-peer)# translate-outgoing called 0

Portanto no show running-config:

!

num-exp 123 123456

!

translation-rule 0

rule 64 66

rule 63 67

rule 62 68

!

Dial-peer voice 1 POTS

translate-outgoing called 0

!