Sabemos que o planejamento é fator crítico de sucesso e também
responsável pela iniciativa de gerir a segurança da informação e a
elaboração de um plano diretor de segurança. Mais do que um plano
destinado a prover a organização de orçamento para investimentos
tecnológicos, o planejamento tem de ser dinâmico e flexível para
suportar as novas necessidades de segurança que surgem à medida que a
organização cresce e se desenvolve.
Uma boa diretriz de segurança para um sistema refere-se a ameaças. A
diretriz de segurança oferece uma estrutura para selecionar e
implementar contramedidas contra as ameaças. Um dos benefícios mais
imediatos é que a partir do momento em que uma diretriz é escrita, ela força
todos a segui-la.
Política de segurança, de acordo com Beal (2005, p. 43), é o documento
que registra os princípios e as diretrizes de segurança adotados pela
organização, os quais devem ser observados por todos os seus integrantes
e colaboradores e aplicados a todos os sistemas de informação
organizacionais.
Para Campos (2006, p. 100), o principal objetivo da política de
segurança é estabelecer um padrão de comportamento que sirva como base
para decisões da alta administração em assuntos relacionados à
segurança. Ela é composta por um conjunto de regras e padrões que visam
principalmente assegurar que as informações e serviços importantes para a
empresa recebam proteção, de forma a garantir a confidencialidade,
a integridade e a disponibilidade das informações.
A Política de Segurança
define o conjunto de normas, de métodos e de procedimentos utilizados para a
manutenção da segurança da informação, devendo ser formalizada e
divulgada a todos os usuários que fazem uso dos ativos de informação.
É importante ressaltar que as políticas, as normas e os procedimentos de
segurança da informação devem ser:
- simples;
- compreensíveis (escritas de maneira clara e concisa);
- homologadas e assinadas pela alta administração;
- elaboradas de forma a permitir a sua implantação por fases;
- alinhadas com as estratégias de negócio da empresa,
- em consonância com os padrões e com os procedimentos já existentes;
-
flexíveis o bastante para acompanhar a constante evolução da
tecnologia e dos negócios da empresa; -
um instrumento de incentivo à ação de segurança, priorizando os ativos
de maior valor e de maior importância; - positivas e não apenas concentradas em ações proibitivas ou punitivas.
Qual a abrangência da política de segurança?
Uma política de segurança deve alcançar vários setores da organização. Para entendermos alguns outros benefícios
alcançados, podemos desmembrar a segurança em quatro grandes aspectos:
01. Segurança computacional
Conceitos e técnicas utilizados para
proteger o ambiente informatizado contra eventos inesperados que possam
causar qualquer prejuízo.
02. Segurança Lógica
Procedimentos e recursos para prevenir
acesso não autorizado, dano e interferência nas informações e
instalações físicas da organização.
03. Continuidade de negócios
Estrutura de procedimentos para
reduzir, em um nível aceitável, o risco de interrupção ocasionada por
desastres ou por falhas por meio da combinação de ações de prevenção e
de recuperação.
04. Tempo
É importante observar que os valores agregados à
organização com a implementação de política e seus benefícios precisam
de um tempo para maturação, mas, como dito anteriormente, alguns já são
atingidos assim que a política é colocada em prática, outros podem ser
divididos conforme Ferreira e Araújo (2006) em:
Curto Prazo:
-
Formalização e documentação dos procedimentos de segurança adotados
pela empresa. - Implementação de novos procedimentos e de controles.
-
Prevenção de acessos não autorizados, danos ou interferência no
andamento dos negócios, mesmo nos casos de falhas ou de desastres. - Maior segurança nos processos do negócio.
Médio Prazo
- Padronização dos procedimentos de segurança incorporados na rotina
da empresa. - Adaptação segura de novos processos do negócio.
- Qualificação e quantificação dos sistemas de resposta a incidentes.
- Conformidade com os padrões de segurança, como a NBR ISO/IEC 17799.
Longo Prazo
- Retorno sobre o investimento realizado por meio da redução da
incidência de problemas relacionados à segurança. - Consolidação da imagem associada à Segurança da Informação.
Exemplos de Políticas de Segurança
- A qualidade de nossos serviços é um bem de valor inestimável e de
fundamental importância para nossa empresa. A continuidade de nossos
negócios, operando com qualidade e competitividade depende da
confidencialidade, da integridade e da disponibilidade de nossos ativos. -
Os gestores de TI são responsáveis pela proteção dos ativos de TI, bem
como pela autorização de seu uso, recebimento, processamento,
armazenamento e transmissão das informações derivadas desses ativos. -
Todos os colaboradores, bem como todos os prestadores de serviço e
consultores, devem entender suas obrigações e principalmente implementar
procedimentos de segurança da informação. -
A área de segurança deve ser imediatamente comunicada sobre qualquer
incidente de segurança, a fim de que possa tomar as devidas
providências. -
Essa política é valida a partir de 09/09/1999.
Independentemente do tamanho da organização, e como forma de contribuir
com esse planejamento, a NBR/ISO 17799 relaciona como principais fontes
para a identificação dos requisitos de segurança os seguintes tópicos:
- Avaliação de risco dos ativos da organização – para
identificação das ameaças, probabilidade de ocorrência e
vulnerabilidades e estimativa do impacto potencial associado. - Legislação vigente – estatutos e cláusulas contratuais a que a
organização tem de atender. -
Conjunto de princípios – visão, missão, objetivos e requisitos
de processamento da informação organizacional
Conclusão
É importante salientar que para a organização obter sucesso na
construção de normas e diretrizes, tem-se de levar em consideração que,
após sua implementação, deverão ficar evidenciados os seguintes aspectos:
- O envolvimento e o comprometimento da alta administração com relação à
segurança da informação. - O entendimento de todos os colaboradores de que a informação é um dos
ativos mais importantes da organização. -
A formalização da responsabilidade de todos os colaboradores da
empresa sobre a salvaguarda dos recursos da informação. -
O estabelecimento de padrões para a manutenção da segurança da
informação, visando tornar fácil sua revisão e adequação sempre que
necessário.
Convencer a alta administração de que a política de segurança, sendo ela
dispendiosa ou não, é importante na identificação das vulnerabilidades e
na prevenção de danos à organização é uma variável que não pode ser
desprezada por parte dos profissionais de segurança. E a Política da
Segurança, por mais eficiente e eficaz que pareça, sempre deixará um
risco residual.