DevSecOps

18 jun, 2015

20 anos de Internet no Brasil: da rede discada à Internet das Coisas

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Recentemente, comemoramos os 20 anos da Internet comercial no Brasil. O projeto que originou a rede surgiu na década de 60, durante a Guerra Fria, marcado pela disputa militar entre Estados Unidos e a extinta União Soviética. No entanto, a Internet só deixou de ser privilégio das universidades e da iniciativa privada no Brasil em maio de 1995.

Naquele mesmo ano, nos EUA, uma pesquisa realizada pelo Pew Research mostrou que 42% dos adultos norte-americanos nunca tinham ouvido falar na rede. Outros 21% tinham um vago conceito. Vinte anos depois, somos três bilhões de pessoas conectadas pelo mundo. Só em 2014, o equivalente a toda a população dos EUA entrou para o universo online.

No âmbito doméstico, vimos computadores “tubões” entrarem na Internet pela primeira vez, com uma conexão discada, lenta e instável. Não demorou para que logo começássemos a usar a rede para conhecer pessoas novas ou mesmo para nos comunicarmos com as que já conhecíamos no mundo real – em especial os brasileiros, que logo se renderam ao advento das mídias sociais.

Os computadores diminuíram de tamanho e se tornaram notebooks, sendo, pela primeira vez, portáteis. Conhecemos a banda larga. Mais um tempo se passou, e a necessidade de se manter sempre online invadiu o celular, transformando-o de mero telefone móvel a um smartphone completo, e sua função menos importante é fazer ou receber chamadas.

Se a Internet mudou a maneira de as pessoas se relacionarem, imagine então o que ela fez na seara das corporações e governos. Profissões deixaram de existir e muitas outras surgiram. Documentos que levavam dias e até meses para ser processados, hoje podem ser obtidos em segundos.

Inegável reconhecer todos os avanços que tivemos na sociedade em função das facilidades que a rede mundial de computadores no trouxe. No entanto, engana-se quem pensa que já vimos a revolução e que, daqui para a frente, nada mais nos surpreenderá.

Relembrar o passado é bom e importante. Isso nos ajuda a avaliar nosso progresso, nossa evolução. Contudo, precisamos mesmo é olhar para a frente. E, quando fazemos isso em relação à Internet e à tecnologia como um todo, cabe-nos acompanhar a transformação que já começamos a chamada Internet das Coisas, nome dado à futura geração de eletroeletrônicos, veículos automotores e qualquer outro tipo de dispositivo capaz de se comunicar via TCP/IP, compartilhando informações e interagindo com outros dispositivos.

Veremos a conexão inteligente entre pessoas, processos, dados e coisas. Cidadãos, empresas e governos já começam a buscar a digitalização para obter mais eficiência. Praticamente tudo será controlado pela Internet, gerando uma gestão digital para itens que vão desde o básico, como a iluminação pública, consumo de energia elétrica e água, podendo chegar até ao controle de residências à longa distância, sendo possível programar o uso de determinados aparelhos mesmo que ninguém esteja presente no local.

Estima-se que nos próximos dez anos veremos o número de cidades inteligentes saltar de 21, em 2013, para 88, em 2025. Plataformas inovadoras, dados abertos e aplicativos irão atuar na redução dos congestionamentos, no controle da poluição, no consumo de recursos naturais e até na redução da criminalidade.

Certamente, muita coisa já mudou e ainda continuará mudando. É óbvio que nem toda mudança é positiva. A Internet trouxe muito progresso, mas também criou crimes que nem conhecíamos. Como praticamente tudo na vida, é preciso estar atento e buscar um contraponto. Se de um lado teremos cidades, pessoas e governos com mais facilidades, teremos que trabalhar em paralelo no sentido de combater os possíveis problemas que todas elas poderão nos trazer. Que venham mais 20 anos!