Desenvolvimento

4 set, 2013

Moto X marca uma nova linha de aparelhos da Motorola, agora uma empresa do Google

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O lançamento mundial do Moto X há algumas semanas, causou muita “hype” nos Estados Unidos. Afinal, este é o primeiro produto com a assinatura do Google, que a Motorola lançou após ser adquirida pela gigante das buscas, no ano passado. No Brasil, não foi muito diferente. Para marcar a mudança da marça, a fabricante preparou uma mega apresentação para impresa e parceiros que contou inclusive com a presença de artistas como Leo Madeira e Ingrid Guimarães. Além das personalidades nacionais, compareceu também Guy Kawasaki, contratado como evangelista Motorola para marcar a nova fase da companhia. Kawasaki foi responsável pelo marketing do Macintosh, na era de ouro da Apple, entre os anos 80 e inícios dos 90.

Moto X Brasil (28 of 53)-X3

A esta altura, você deve estar se perguntando: e o celular é isso tudo mesmo? O que eu posso dizer é que ele é sim, impressionante; e, até um certo ponto, disruptivo. Parece que finalmente a corrida dos fabricantes por maior poder computacional e por especificações de hardware cada vez mais poderosas está chegando ao fim. Trata-se de um limite da tecnologia. A partir de agora os progressos nessa área deverão acontecer numa velocidade bem menor. Neste contexto, abre-se a possibilidade da competição ocorrer através daquele que oferece uma melhor experiência ao usuário. E é isso que o Moto X decidiu fazer.

Apesar disso, as especificações impressionam: são 8 processadores. Só que ao contrário dos competidores, cada um possui a sua especificidade. São 2 processadores principais, 4 GPUs (responsáveis pelo processamento gráfico), 1 processador contextual e 1 de processamento vocal.

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O grande diferencial são os dois últimos. O processador encarregado do processamento vocal é o responsável por um dos recursos mais interessantes que é a possibilidade de ativar o aparelho através de comandos de voz. Você diz “OK Google Now” e o telefone acorda. A partir dai é possível pedir para ele ligar para um contato específico ou realizar tarefas como buscar a resposta para uma pergunta como, por exemplo, “Quantos metros de altura tem o Cristo Redentor?” As respostas aparecem normalmente como “cards” do Google Now, aplicativo já presente nos aparelhos mais novos.

Já o processador contextual é responsável por analisar os dados dos diversos sensores presentes no aparelho, como o acelerômetro, microfones, sensor de presença, câmera, GPS, etc. A partir deles o dispositivo consegue perceber, por exemplo, que você entrou no carro e está dirigindo. Qualquer chamada ou mensagem desse momento em diante, passa a ser lida pela voz do Google Now. No caso de uma chamada, o telefone chega a se oferecer para recusar a ligação e mandar um SMS padrão dizendo que você está dirigindo e que retorna logo. Tudo isso apenas através de comandos de voz, sem que seja necessário utilizar as mãos.

O grande diferencial aqui é que esses 2 processadores, apesar de permanecerem ligados o tempo todo, são otimizados para as tarefas que executam possuindo um baixo consumo de energia, o que faz com que – segundo o fabricante – não haja impacto significativo no consumo de energia. Prova disso seria o fato do Moto X ter uma bateria de 2200 mAh ao invés dos 2500mAh do Razr HD, apesar de todos os recursos adicionais que ele traz.

Um estudo feito por pela Motorola concluiu que uma pessoa chega a pegar o celular até 60 vezes por dia, sendo que na grande maioria das vezes é apenas checar a hora ou ver se há alguma notificação, o que acaba consumindo a bateria desnecessariamente. Desta forma, ao ser tirado do bolso, o processador contextual do Moto X percebe a mudança de estado e já exibe a hora sem que seja preciso apertar botão algum. A tela de AMOLED garante a economia de energia, pois apenas os pixels necessários para exibir a hora, são ativados. Se houver alguma notificação, o usuário toca no ícone e já consegue ver um preview do conteúdo.

Mas o que agrada mesmo é o fato de que a Motorola parece ter se preocupado com os detalhes. O fundo curvo do aparelho tem um desenho anatômico que se adapta a palma da mão e a textura emborrachada do material utilizado tem uma textura acetinada e agradável ao toque. A tela de 4.7 polegadas tem o tamanho ideal para ser operado sem dificuldades com apenas uma mão, mas pode causar estranheza àqueles que já estão acostumados a smartfones com telas maiores e os 4 processadores gráficos garantem uma experiência fluida, sem “engasgos” na interface.

Outro recurso que chama a atenção é a câmera instantânea. Para ter acesso à câmera, basta chacoalhar o aparelho. Não há botão de disparo e o telefone tira a foto ao tocar em qualquer ponto da imagem.

Outra boa notícia que vale a pena destacar é que os comandos de voz foram especialmente adaptados pelo time de pesquisa e desenvolvimento da Motorola Brasil e funcionam nativamente no idioma português. Isso significa que você pode até mesmo pedir para que o Google Now ligue para aquele seu contato com um nome exótico (bem comum ao brasileiro) e tudo funcionará normalmente.

Nos EUA, um diferencial do telefone é o Moto Maker, onde o consumidor americano pode comprar o telefone pela Internet e customizar o aparelho com cores, gravações e materiais. Dá até para encomendar uma carcaça ecológica feita de bambu, por exemplo. A Motorola Brasil diz que tem interesse em trazer esse modelo para o Brasil, mas que por depender de uma cadeia de fornecedores e de uma logística especializada, ainda não há previsão de chegada do Moto Maker no país.

Nos últimos tempos, a Samsung parece reinar quase absoluta no mercado de celulares e, até mesmo a Apple, dá sinais de dificuldade para competir com a fabricante coreana. Neste sentido, o Google tráz uma injeção de ânimo à Motorola, que já chegou a ser líder do mercado de celulares no início dos anos 90, antes da perder espaço para a Nokia. Quem tem a ganhar com isso é o consumidor, que poderá se beneficiar da competição por um aparelho que ofereça uma melhor experiência ao usuário.

O Moto X já pode ser adquirido pelo preço sugerido de R$ 1.799,00 para o aparelho desbloqueado no site http://www.lojaoficialmotorola.com.br.