SUN TZU, em sua obra “A Arte da Guerra”, relata que definir estratégias significa escolher os caminhos mais vantajosos. Essa seleção culmina na escolha de atitudes para alcançar um objetivo muito claro: vencer.
Tal concepção está muito relacionada a um conceito fundamental na gestão de marketing – o posicionamento, cuja estratégia é a forma pela qual o participante (marca) irá competir em um determinado segmento de forma a diferenciar-se dos demais (concorrentes) por meio de uma ou mais vantagens competitivas para obter o sucesso.
A literatura recomenda algumas estratégias para um posicionamento amplo, entre elas, líder em produto, operacionalmente excelente ou íntima do cliente. Além disso, devem-se levar em consideração as possibilidades para um posicionamento mais específico (ou único benefício principal), como, por exemplo, a melhor qualidade, a maior velocidade, o menor preço, entre outras. Tais sugestões já são amplamente utilizadas pelas marcas. Porém, nos dias atuais, é fundamental buscar novas formas de se alcançar um espaço diferenciado na mente do público-alvo.
A Trendwatching, uma das principais empresas mundiais de tendências, publicou ao longo de 2012 alguns briefings que podem ser utilizados como formas diferenciadas para o posicionamento e o desenvolvimento de vantagem competitiva para as empresas, entre eles:
- Flawsome: para os consumidores, as marcas não representam algo totalmente sem falhas. Mesmo com falhas, elas podem ser fantásticas demonstrando características mais humanas, como empatia, generosidade, humildade, flexibilidade, maturidade e humor. O “corporativês” inflexível e insosso está na contramão dos consumidores, uma vez que estes vivem conectados e estão adquirindo o hábito da comunicação imediata e aberta. Hoje, as pessoas transmitem suas vidas online, inclusive os seus defeitos, e têm dificuldades em estabelecer um elo verdadeiro ou confiar em outros humanos que fingem não terem erros e tratam as marcas da mesma forma. Por exemplo, não tenha medo do feedback dos seus clientes. Utilize isso para criar um relacionamento harmonioso com o seu público e promover melhorias em produtos e/ou serviços;
- Newism: com o ritmo frenético das inovações, a cada dia são lançados novos produtos e serviços. O novo significa algo interessante, legal, que está relacionado a novas experiências, e as pessoas estão cada vez mais em busca disso para se sentirem “ligadas” e “conectadas”. É uma nova forma de prestígio. Desse modo, cabe às marcas atenderem a essa necessidade dos consumidores;
- Servile Brands: devido à infinidade de marcas e produtos disponíveis, os consumidores estão em busca de alguma coisa, além de um bom atendimento. Ser servil significa focar os esforços em ajudar e realizar os desejos dos clientes. As principais mudanças que conduzem esta tendência são a informação instantânea e a busca por novidade (que exige maior flexibilidade das marcas). A compressão do tempo obriga as pessoas a maximizarem cada momento de suas vidas, e os consumidores estão cada vez mais confiando e consultando a opinião de amigos, familiares e, também, as disponíveis na web. Entre alguns exemplos de como ser servil estão: deixar os consumidores testarem antes de comprarem, ajudá-los a encontrarem qualquer coisa em tempo real, a economizarem, facilitar sempre que possível, entre outros.
Estas são novas possibilidades para posicionar uma marca e assim criar uma imagem diferenciada na mente dos clientes. Porém, é fundamental analisar as expectativas do público-alvo, os diferenciais de negócio e a concorrência para verificar se as tendências apresentadas contribuirão para o sucesso do empreendimento.