Carreira Dev

4 out, 2010

O que a TI pode aprender com as mídias sociais

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Nos seus primórdios, a Tecnologia da Informação era trancada a sete chaves. Somente os “Informati” – aqueles que aparentavam ser escolhidos pelas divindades digitais, tinham acesso às salas onde ficavam as raras e poderosas máquinas do futuro. O tempo passou rápido e o futuro chegou! Agora essas fantásticas máquinas estão nas mesas e nos bolsos dos indivíduos comuns. E a melhor parte: são todas conectadas em rede.

A mentalidade precisou se adaptar a toda essa democratização, porém o pessoal de TI, tão acostumado a absorver mudanças tecnológicas, parece que ainda não se adaptou às proporções da evolução. 

Controle continua sendo a palavra de ordem no mundo dos entendidos e escolhidos tecnologicamente falando. Controle do ambiente, controle da informação, controle das ações do usuário – qualquer solução que mencione essa palavra faz brilhar os olhos da turma de TI.

Será que tem mesmo que ser assim?

É claro que não vou incitar o abandono total do controle, desprezando casos de segredos industriais publicados em blogs ou em filmagens de protótipos compartilhadas no YouTube. Como dizem as culturas mais antigas, “a virtude está no meio”. Soluções Integradas são interessantes, mas integradas até que limite? 

Vejamos um exemplo dessas soluções. Não é raro a TI “reinventar rodas” na tentativa de implementar soluções totalmente integradas. Quando uma nova capacidade precisa ser adicionada a um sistema, soluções simples podem ser descartadas por não utilizarem a mesma tecnologia.  

Tal descarte de tecnologia pode levar à invenção de uma “nova roda”, talvez menos eficiente do que aquela já disponível testada e otimizada, mas não integrada à tecnologia existente. Esse simples exemplo me faz levantar questionamentos importantes:

  • Será que não está na hora de revermos essa forma de integração e pensarmos em integrações mais leves?
  • Por que não integrar componentes já disponíveis “da porta para fora” para melhorar os fluxos “da porta para dentro”?
  • Por que criar toda uma infraestrutura de armazenamento, indexação e visualização de vídeos, se o YouTube está disponível para o mundo e todos já estão familiarizados com ele?
  • Por que criar mecanismos de microblogs, se o Twitter já é mais do que um padrão padrão que já adquiriu o status de ser um hábito, para não dizer um vício?
  • Por que criar mecanismos de conexão entre pessoas, se elas já estão conectadas no Facebook?

Os desafios

Ok, nenhuma empresa vai querer que suas operações aconteçam em público. O cenário ideal consiste em utilizar ferramentas que são padrão “de facto”, porém mantendo o controle do acesso às informações, com mecanismos de autenticação e de autorização integrados aos da sua empresa. (Sim, eu usei o termo controle, você reparou?)

As principais plataformas que sustentam as redes sociais através de mídias digitais já estão evoluindo bastante na questão da privacidade, ou seja, no controle do acesso à informação (autorização). Elas também oferecem mecanismos de autenticação abertos. 

Empresas que se empenharem para integrar seus mecanismos internos de autenticação e de autorização com esses mecanismos “externos” (ex: OpenID e OAuth) dificilmente se arrependerão.

É preciso pensar até mesmo na curva de aprendizado dos funcionários, que será muito menor. Afinal de contas, o treinamento relativo à nova ferramenta já foi feito dentro de suas casas. 

Uma vez criada essa “ponte” entre a empresa e as plataformas sociais
externas, acompanhar a evolução das novas aplicações que irão surgir
será muito mais fácil do que tentar “internalizá-las” à moda antiga.

Além disso, a curva de aprendizado dos funcionários será muito menor,
porque eles já terão feito o “treinamento” relativo à nova ferramenta
em suas casas!