Agile

29 abr, 2016

Medindo a saúde dos times ágeis

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Durante um projeto, com o passar dos sprints, é comum que os times se vejam desmotivados para a realização das retrospectivas no padrão como conhecemos: “Pontos Positivos/Pontos de Melhoria/Ações de melhoria”.

Sejam por impedimentos recorrentes ou pela natureza complexa do produto, corremos grande risco de que a retro seja incorporada como nada mais que uma cerimônia que precisa ser cumprida para que se mantenha o status de time ágil, o que provoca uma perda do sentimento colaborativo e barra a evolução contínua do time.

A realidade do “é assim que a banda toca” acaba desmotivando as pessoas na busca do que seria o ambiente ideal, e elas param de tentar ser melhores, já que o ambiente nunca se modifica. O grupo morre como célula transformadora e se torna apenas um conjunto de “apertadores de parafuso”.

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Trágico, não é?

Como mudar?

Em alguns times aqui na Concrete, estamos utilizando o Spotify Health Check para medir a saúde e ajudá-los nessa evolução. A ideia é religar o sistema para que o fôlego seja retomado.

Trata-se de uma abordagem visual da saúde do time, na qual cada integrante pode sinalizar em 11 aspectos como se sente, o que permite criar uma autoconsciência sobre como está atuando no desenvolvimento.

Na maioria das vezes, aparecem problemas já conhecidos, como infraestrutura, qualidade de código ou velocidade de entrega, porém nunca há uma oportunidade de parar, conversar e tentar encontrar um meio termo no caminho que diminua a dor do time e continue com a capacidade de entregar valor para o cliente.

O que é necessário para a dinâmica?

  • Time-box: 2h
  • Material
  • Todos os integrantes do time (desenvolvedores, SM e PO)

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Colocando a mão na massa!

Primeiro, é necessária uma breve explicação das regras do jogo. Nesta fase, é importante salientar que o time não será julgado como bom ou ruim caso a dinâmica aponte grandes dificuldades. Ela existe para que os integrantes se avaliem e consigam externalizar sentimentos relacionados ao seu dia a dia de trabalho.

À medida que as cartas vão passando de pessoa para pessoa, são avaliados pontos como missão, time de trabalho, entrega de valor, aprendizado etc. Por meio dos semáforos, cada membro do time sinaliza como se sente em relação aos pontos de discussão:

  • Verde: não significa necessariamente que o ponto está perfeito, mas que o grupo se sente satisfeito com ele e não vê grande necessidade de melhorias.
  • Amarelo: significa que o problema é conhecido e importante, mas não interfere drasticamente no trabalho.
  • Vermelho: significa que este é um problema impactante e precisa ser melhorado com urgência.

Na sequência, debatemos como achamos que cada aspecto vai evoluir ou, em outras palavras, sua tendência: melhorar, estagnar ou piorar.

Citando um exemplo: é possível que o time tenha sinalizado com vermelho que não consegue realizar uma entrega de forma tranquila, mas com a notícia da entrada de um integrante com o perfil de DevOps, por exemplo, o time sente que a tendência é que o aspecto evolua para verde.

Neste ponto, abrimos uma pequena licença poética no processo e adicionamos uma coluna de “Ações”, na qual o time pode tomar notas do que pode ser feito para que os aspectos em pauta possam evoluir, trazendo soluções para dentro da discussão.

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Como o modelo Spotify Heath Check está ajudando nossos times?

Da perspectiva dos stakeholders, é possível conseguir um feedback em alto nível, visualizando o que vem funcionando e o que precisa ser modificado para que o trabalho seja plenamente realizado. O modelo lhes dá um resumo, ajudando-os na priorização de onde podem atuar para sanar as dores do processo de desenvolvimento.

Da perspectiva do time, a avaliação ajuda obter insights interessantes de como a colaboração pode acontecer dentro do grupo de trabalho. Muitos desenvolvedores não costumam falar sobre suas dores do dia a dia, e esse é um ótimo momento de conversar sobre aspectos que talvez nunca tenham sido abordados. É a hora certa de abrir o coração =D.

Mais do que times que entregam, precisamos de times sustentáveis. Favorecer a melhoria contínua faz com que o grupo se fortaleça e leve consigo boas práticas e princípios de melhoria para qualquer produto onde esteja alocado.

O que achou? Ficou alguma dúvida ou quer contar como funciona na sua empresa? Deixe seu comentário abaixo! Até a próxima.

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Artigo publicado originalmente em http://blog.concretesolutions.com.br/2016/03/medindo-a-saude-dos-times-ageis/