DevSecOps

24 mai, 2017

Processadores à base de som rivalizam com processadores quânticos

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A emergente fonônica pode gerar computadores tão rápidos quanto os computadores quânticos. Quem garante isso é o professor Pierre Deymier, da Universidade do Arizona, nos EUA, que acaba de receber US$1,8 milhão para comprovar suas ideias, o que ele planeja fazer construindo um chip experimental que, segundo ele, será um análogo de um processador quântico.

Até o momento, os experimentos envolvendo a fonônica têm-se referido a uma espécie de “eletrônica do calor”, que estaria circunscrita a aplicações mais exóticas, envolvendo inclusive o reaproveitamento do calor residual dos processadores eletrônicos.

Acontece que as partículas quânticas – ou quasipartículas – envolvidas na movimentação do calor, os fônons, são as mesmas usadas para explicar a propagação das ondas sonoras, ou seja, é possível construir processadores que funcionam com som, em vez de eletricidade.

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“A computação baseada em fônons tem o poder de mudar o mundo como nós o conhecemos, não apenas para fazer computadores mais poderosos, mas para a inteligência artificial, criptografia e análise de megadados. O computador fonônico poderia rapidamente mapear todo o genoma de uma pessoa para desenvolver terapias médicas mais direcionadas,” disse Deymier, que se juntou na empreitada a seus colegas Keith Runge, Pierre Lucas e Nicholas Boechler, cuja equipe vem trabalhando em componentes lógicos acústicos há algum tempo.

Enquanto os computadores atuais têm seus bits e os emergentes computadores quânticos têm qubits, o processador à base de som terá o que Deymier chama de phi-bits, ou bits de fase, constituídos por ondas sonoras controladas.

A vantagem dos phi-bits em relação aos bits eletrônicos é que eles poderão existir em um estado similar à superposição, fenômeno quântico que permite que os qubits guardem mais do que um dado de uma só vez. Em relação aos qubits, por sua vez, que são extremamente delicados, os phi-bits são mais estáveis, não sendo facilmente alterados pelas condições do ambiente.

No entanto, como ele se encontra atualmente envolvido com o registro de uma série de patentes envolvendo seus phi-bits, o pesquisador não dá maiores detalhes de seu funcionamento, embora sua plataforma tecnológica pareça ser similar à dos processadores fotônicos – à base de luz.

“Vamos supor que você tenha um milhão de phi-bits, com cada um tendo ao mesmo tempo um 0 e um 1 em bits de computação convencionais. Isso significa que a quantidade de informação que você pode processar é de 2 elevado a 1 milhão, o que pode ser mais do que o número de átomos no universo!”, afirmou o pesquisador.

O pesquisador acredita que a computação quântica baseada na fonônica poderá se tornar prática nos próximos 10 anos, conforme divulgado pelo site Inovação Tecnológica.