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19 nov, 2013

Práticas para estimular a criatividade

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Hoje resolvi buscar um viés mais prático e bem objetivo, nesse artigo.

Primeiramente, gostaria de sugerir um exercício permanente: buscar um posicionamento critico diante da realidade, da arte, do comportamento, da ideia geral de “belo”, de “bom”, de “ideal”, usando essa “insatisfação” para gerar novos insights, novas conexões não-usuais, no dia-a-dia.

Outro exercício permanente – que é na verdade uma postura mental – é assumir o processo criativo como um processo catártico, emocional, e não apenas racional. Não adianta comprar um livro explicando o passo-a-passo da criação de um site de sucesso, É preciso se sensibilizar, entender razões, indo até, se precisar, na sua própria “caixa de pandora”, revirando o baú onde guardamos sentimentos dos quais temos medos, questionamentos sobre nós mesmos que não queremos encarar. Repetindo: não há ganho, sem “dor”.

Também ajuda bastante a criar uma sensação de mobilidade, sair da rotina de maneira programada, sincera, habitual – porque idas ao cinema, a museus, a exposições, feitas de “urgência”, quando estamos em crise, nos faz projetar falsas expectativas, e o tiro pode sair pela culatra: a solução acaba por aumentar ainda mais o problema.

Além disso, relacionei algumas atitudes que eu pratico e que costumam gerar excelentes resultados. Vamos a elas:

  1. Praticar o olhar analítico, percebendo as propriedades visuais das imagens, no dia-a-dia – temos a tendência em ‘fechar’ a Gestalt rapidamente, atitude responsável por ‘pasteurizar’ muitas criações nossas. Precisamos ser hábeis em mudar de paradigma perceptivo para explorarmos novas possibilidades de Gestalt além das óbvias – e para isso vamos desenvolver o olhar analítico – sem deixar de trabalhar o olhar livre, criativo – até porque a habilidade analítica nos deixa muito mais à vontade, seguros para ‘soltar a mente’ no olhar criativo, livre. A pressa acelera ainda mais a velocidade da Gestalt – é preciso desacelerar esse processo, aumentando o tempo de percepção da imagem – desprendendo-se do automatismo sensorial e enxergando novos valores, ainda que a partir de uma imagem velha.
  2. Identificar posições etnocêntricas e praticar a visão global – É fundamental se posicionar como radar de pensamentos, idéias e tendências, fazendo o máximo esforço para compreender a diversidade em que vivem as pessoas, principais razões do design, da comunicação, e, muitas vezes, da arte. É preciso compreender as realidades alheias, por mais que, muitas vezes, não concordemos nem compartilhemos de algumas atribuições predicativas (ruim, errado, certo, bom, mau, etc) a respeito de qualquer objeto, ser ou situação. É assim que nos transformamos em poderosas antenas de percepção sensorial/criativa, gerando nossas próprias opiniões, mas aceitando que nossos valores, nossas idéias, não são nem piores e nem melhores do que as dos outros, e sim, diferentes. É importante nos policiarmos para buscar compreender as situações e ideias das quais discordamos ou nutrimos alguma aversão, tentando vê-las do ponto de vista de quem as defende.
  3. Registro de qualquer ideia ou fragmento: Nunca usar o computador SEM um arquivo aberto em algum editor de texto ou e-mail, para evitar a preguiça de abrir o software, achando que a ideia ou fragmento serão percebidos novamente. Idéias e observações interessantes sobre qualquer assunto do nosso interesse pessoal e profissional devem ser registrados. O próprio ato de anotar cria vínculos mnemônicos entre fragmentos de idéias, aumentando a habilidade de produzir novos fragmentos, que vão dar origem às grandes e boas ideias.
  4. Imagens sensoriais: Registro e observação, análise, de imagens de qualquer natureza, baixadas no decorrer do dia; imagens que gerem interesse suficiente para que as baixemos, não estando relacionadas necessariamente a projetos. Isso vai gerar reflexos mnemônicos pouco previsíveis quando retornarmos a elas, posteriormente.
  5. Brief-feeding – Leitura de todo e qualquer material relacionado ao briefing, sem pressa, por pelo menos 3 vezes – imersão e percepção total do material primordial de trabalho, para, sem seguida, discorrer sobre ele, seja por texto, seja gravando em áudio. Essa é uma dica óbvia, mas pelas minhas conversas com profissionais de peso, no mercado publicitário, nem sempre é levada a sério.
  6. Tomada de posições \ lapidar opiniões em “estado bruto’ – Uma das etapas mais importantes do processo de criação é, sem dúvida, o estudo de referências. Mas como fazer um bom estudo de referências se não somos hábeis em tomar posições? Quero dizer que opiniões como “acho bacana” ou “esse layout é legal”, expressam sentimentos válidos, mas se esses são os únicos atributos que você encontra, está mostrando que esses seus sentimentos estão em estado bruto, ou seja, aquele tipo de comunicação visual ‘mexeu com você’, mas você não encontra mecanismos para desconstruir essa impressão, definindo exatamente O QUÊ mexeu com você e PORQUE. Design pode ser muito bacana por razões bem definidas, e isso é importantíssimo para nós que criamos e desenvolvemos.