Cloud Computing

28 mar, 2017

Discussão: on-premises X cloud

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Sempre fui ferrenho defensor do uso de ferramentas na nuvem, mas recentemente, graças ao desenvolvimento das funcionalidades “enterprise” do Planrockr, nos deparamos com um cenário bem comum em várias empresas: os serviços on-premises. Um grande número de empresas opta por instalar alguns serviços que geralmente estão disponível sob demanda, na nuvem, em seus próprios servidores, atrás dos seus firewalls. Exemplos comuns disso são o Jira, Gitlab e Github.

Quero usar este artigo para citar alguns pontos que me levam a defender o uso das soluções na nuvem e deixar o convite para que os defensores do on-premises possam apontar seus argumentos. A ideia não é mostrar quem está certo, mas fornecer mais de uma visão para quem precisa tomar esta decisão.

Vamos aos pontos.

Custos

Um dos pontos mais considerados, principalmente pelo fato da grande maioria das ferramentas terem custos em dólares. Comparando os custos por usuário, comum em ferramentas como o Jira, a primeira vista parece uma grande vantagem manter uma instalação própria e com isso tirar o fator “tamanho da equipe” da equação. Mas precisamos levar em conta os demais custos, além da assinatura do software caso exista – o Jira e o Github Enterprise tem valores anuais. Servidores, backups, treinamento, mão de obra para atualizações e manutenção da solução, tudo isso precisa ser contabilizado com detalhes.

Quando você precisa escalar servidores devido ao aumento da equipe ou tráfego começa a fazer sentido o cálculo baseado em número de usuários. Na minha opinião os custos na nuvem são menores, principalmente a médio e longo prazo.

Atualizações

Software é feito por pessoas e estas cometem erros. Por isso precisamos ter em mente que uma instalação do Jira ou Gitlab deve ser atualizada constantemente. Correções de segurança, melhorias de usabilidade (o Jira evoluiu muito em relação a isso nos últimos meses), novas funcionalidades etc. Tudo isso está garantido ao usarmos a versão na nuvem, mas precisa ser realizado por alguém quando estamos hospedando a solução na nossa rede. E uma instalação do Jira que está sendo usada durante o horário comercial talvez precise ser atualizada em outro turno, por pessoas especializadas, cujo valor/hora-extra é algo a ser considerado nos custos.

Segurança

Já citei o caso das atualizações de segurança no tópico anterior, mas além disso devemos lembrar de detalhes como HTTPS, padrão em todas as ferramentas modernas. Felizmente, graças ao projeto Let’s Encrypt, ficou bem mais fácil usarmos certificados SSL, mas isso demanda configurações e manutenção extras nos servidores, ou seja: mais custos. Outro ponto é o sigilo das informações, pois estamos confiando a terceiros a guarda de nossos códigos, tarefas e informações. Mas salvo casos onde alguma legislação obrigue o armazenamento em situações bem específicas eu acredito que os termos de serviço das ferramentas cobrem esse quesito de maneira adequada.

Disponibilidade

“Se a Internet cair e estivermos usando os serviços na nuvem vamos ficar sem trabalhar!”.

Concordo, mas dependemos tanto da Internet atualmente que se ficarmos offline praticamente todos os setores das empresas ficam debilitados. Por isso o acesso a Internet é dificilmente um problema nos dias de hoje, salvo cenários onde a velocidade é muito baixa como conexões de longa distância ou baixa qualidade. Outro ponto a considerar é que hoje em dia é cada vez mais comum o trabalho remoto, seja de forma temporária ou permanente. Para conseguir manter a flexibilidade do trabalho remoto, começam a ser necessárias configurações complexas de VPNs, redirecionamento de portas, dando mais dor de cabeça para as equipes de rede e abrindo caminho para ataques ou vazamento de informações.

Estes são alguns dos motivos pelos quais acredito que o cenário on-premises tem poucas vantagens para a grande maioria das empresas e projetos. Deixo agora o convite para quem tem outros pontos, contra ou a favor, para compartilhá-los e tornar a discussão mais completa e produtiva.