Agile

21 fev, 2018

Métricas Ágeis para promover a melhoria contínua

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Métricas Ágeis ou Métricas? Será que existe diferença?

Bom, na minha opinião, não existem diferenças entre Métricas e Métricas Ágeis. Sempre foram conceitualmente a mesma coisa. O que muda é a maneira como vamos tratar e utilizar os números ao nosso favor.

E talvez seja essa a grande dificuldade de grande parte das pessoas, afinal, como usar as métricas? Por que ter métricas?

São essas perguntas que vou tentar responder nesse artigo. Aqui, você não vai encontrar um template com 153 métricas ágeis para você utilizar em seu time. Neste artigo, vou trazer e mostrar pra você, o motivo pelo qual você deve, sim, utilizar métricas, e como fazer isso.

Então vamos lá?

Métricas Ágeis – William Deming

William Deming, autor da frase acima, que também foi bastante utilizada por Peter Drucker, era conhecido como o “pai do PDCA“. O interessante é que mesmo ele sendo conhecido assim, não foi ele que criou o modelo PDCA.

Para curiosidade, não conseguimos determinar o criador do PDCA, mas sabemos que o ciclo vem de estudos de Francis Bacon, em 1620. Foi baseado nesses estudos que Walter Shewharts passou a utilizar, o que ele batizou de Produção “Sob Controle Estatístico”.

Enfim, podemos definir o PDCA como um ciclo iterativo para melhoria contínua de processos e produtos.

Métricas Ágeis – Scrum e PDCA

Gosto da comparação que a imagem acima faz, onde ela avalia o Scrum e o PDCA. É uma abordagem bem interessante, e que faz sentido.

Estou querendo te mostrar que o Scrum também pode ser considerado uma ferramenta de melhoria contínua de processo e produto, não concorda? E com base nos princípios do PDCA, ter alguns números e indicadores irão ajudar a fazer acontecer a melhoria contínua.

Time sem métrica é um time sem farol

Métricas Ágeis – Time sem Métricas

Se você me acompanha, sabe que gosto muito dessa frase acima. Minha experiência me mostra que quanto mais informações um time tem, menos ele está exposto a problemas.

Inclusive, tenho um vídeo sobre essa frase no meu canal do YouTube, veja:

Um time sem métricas é um time que tem a característica de reagir a algo, ou seja, as ações são tomadas uma vez que os problemas já aconteceram. Por exemplo, correr atrás do prazo que estourou – como é comum esse problema. E na maioria das vezes, temos uma medida reativa, ou seja, que foi tomada após se perder o prazo.

Já um time com métricas, ganha o poder da ação. Ou seja, ele consegue saber através das informações que ele tem, que demandas que dependem do Setor X, ou da pessoa Y, normalmente atrasam em 30%. E com essa informação ele consegue ter a ação e antecipar problemas como o de prazo perdido.

A mesma coisa vale para qualidade, produtividade e até motivação.

Logo, ter métricas vai ter ajudar a cair em menos buracos, igual acontece a um carro sem farol em uma estrada a noite.

É nesse momento que devemos começar a pensar se devemos medir tudo. Mas se medirmos tudo, como vamos acompanhar tudo?

Métricas Ágeis – Por que utilizar?

Vamos imaginar alguém que tenha problemas de pressão. O normal é essa pessoa ir ao médico e provavelmente ele vai pedir para ela utilizar por algum tempo um medidor de pressão para entender o que está acontecendo com o paciente.

Ao término da medição, o paciente volta e o médico faz uma leitura do que foi registrado. Após fazer a análise dos dados, ele receita os medicamentos, faz alguns alertas sobre comida e a prática de exercícios.

Perceba que o médico fez o que chamo de “mergulho no problema” para entender o que estava acontecendo e só depois tomar as decisões. Ele, na verdade, reagiu ao ver as informações de um possível problema que já existe.

Ele precisa fazer o mergulho por não ter as informações necessárias para diagnosticar o paciente. Porém, quando falamos de software ou produto, nem sempre o mergulho vai ajudar, por já ser “tarde demais”.

Agora, imagine um piloto de avião prestes a decolar.

Métricas Ágeis – Piloto de Avião

Quantos indicadores ele tem? Imagine a quantidade de informação que é gerada por um avião. Por esse motivo, se o piloto sabe que vai ter uma tempestade na rota dele, ele provavelmente vai atualizar seu plano de voo e não irá passar por ali.

Percebeu a diferença? No caso do médico, ele fez o “mergulho” para encontrar as informações, já o piloto tem todas as informações antes mesmo do problema acontecer. E diferente do médico, ele faz o que chamo de “ação ativa” e previne o problema. No caso do médico é uma “ação reativa”, pois o problema já existe.

Métricas Ágeis: o segredo da boa utilização

Agora você deve estar pensando: “Então tenho que medir tudo e estar sempre de olho em tudo?”. Quando falamos de métricas ágeis, estamos, na verdade, falando de uma enormidade de indicadores.

Será que realmente precisamos estar sempre de olho em tudo?

Voltemos ao piloto. Você acredita que ele realmente analisa todas os indicadores que ele tem na cabine? Claro que não. É humanamente impossível, concorda?

O segredo são os indicadores, ou melhor, podemos até brincar e chamá-los de INDICA-DORES.

Métricas Ágeis – Indicadores

A partir do momento em que o piloto sabe que existe uma tempestade na rota dele, qual o indicador você acha que ele irá priorizar? Claro, que é o de controle de clima e tempo, concorda?

Ou seja, ele prioriza a “dor” do momento. Temos de fazer o mesmo quando falamos de Métricas Ágeis; priorizar nossas dores do momento. Por esse motivo a utilização de indicadores é fundamental.

Por exemplo, se você sabe que tem um problema de qualidade, é hora de focar nos indicadores de qualidade. Se o problema for previsibilidade, seu foco nos indicadores deve ser nesses indicadores. Ou seja, temos que medir “tudo”, mas não focar em “tudo”.

Time sem “cultura” de Métricas

Talvez o maior desafio que as pessoas encontram nas métricas é criar no time a cultura de viver e entender as métricas no dia a dia. O mais comum que vejo é o Scrum Master, o Gerente e o Agile Coach utilizando métricas apenas para eles. Isso é frustrante!

Nesse ponto existe um mito sobre as Métricas Ágeis, que é: “Faça seu time ver as métricas todos os dias que vira uma cultura”. Isso é uma das maiores bobagens que já vi, seu time não vai criar a cultura se você impor algo, acredite.

Métricas Ágeis – Cultura só vai existir com valor

Cultura só vai existir se o seu time enxergar valor naquilo que ele vê, essa é a dica. Ou seja, seu time só vai ter cultura de métricas se ele enxergar valor na utilização das métricas. Simples assim.

Melhoria Contínua

Pode acreditar, o segredo para seu time passar a ter as métricas no seu dia a dia é a melhoria contínua. Ou seja, faça acontecer as ações de melhorias pelo que você retira de informações das métricas. Isso vai gerar valor para o seu time e vai ser natural eles passarem a dar valor àqueles números.

Agora, se você tem dificuldade em criar ações de melhoria, ou de retirar informações das suas métricas que não ajudam no dia a dia do seu time, talvez, o problema seja a sua métrica. E ai é hora de avaliar se está utilizando a métrica certa para o seu contexto.

Métrica que não gerar valor para o dia a dia, não é métrica, é desperdício.

O grande vilão das Métricas

Quando falamos de métrica, uma palavra vem acompanhada quase que imediatamente é a META.

Métricas Ágeis – Meta é o maior vilão

E o pior inimigo de uma métrica é a META. Se você quiser “matar” o seu time, é só criar uma meta, seja ela qual for. Metas para um time é uma crença limitante. Seu time vai alcançar ela, mas não vai ultrapassá-la, ou seja, meta não é instigador para o seu time, mas sim um limitador de velocidade.

Aí você deve estar pensando: “Então vou trabalhar sem meta?” E eu te respondo; Vai sim. Mas faça da Melhoria Contínua a meta. Dessa maneira, tenho certeza que você vai fazer seu time decolar.

Métricas Ágeis existem para gerar melhoria contínua e é esse o mindset que você e seu time deve ter, melhorar sempre, mesmo que já esteja bom.

Resumindo

Métricas Ágeis é um assunto polêmico, muitas pessoas não gostam nem de falar sobre métricas e com razão.

Temos muita gente utilizando os indicadores e números para controlar pessoas, times e etc. Enquanto, na verdade, métricas são para melhoria contínua. Por isso criei uma regra para validar as minhas métricas:

Métricas Ágeis – Revisão

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Lembre-se, o objetivo é compartilhar experiências.