Carreira Dev

1 nov, 2012

Você quer emprego ou trabalho? Faça o que você ama!

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Trabalho com Internet desde 1997 e posso dizer que sou um dos dinossauros da web. Sou da época da Internet discada, dos downloas que demoravam a noite inteira e lembro de ter visto o primeiro site com FOTOS e ter “achado legal”. Ter um site na Internet ainda era novidade e os custos eram elevados, logo milhares de pessoas perceberam que criar sites seria um grande negócio e acharam que ganhariam muito dinheiro (inclusive eu). Nos anos 2000/2001 aconteceu o estouro da bolha da Internet com a quebra de diversas empresa denominadas Pontocom, o que acontece foi uma “Corrida do Ouro da Internet“.

Os anos se passaram e surgiram o Google, Facebook (ops, esqueci o Orkut?), Twitter, iPhone, Instagran, WordPress, Joomla!, Pinterest e muito mais. Sites em flash sairam de moda e entram em cena “sites otimizados para o Google” ou “sites integrados com as redes sociais”. Termos como flash, HTML, fóruns, hotsites, etc. estão fora de moda, enquanto surgem termos como SEO, AdWords, fanpages, likes, Twittar, seguidores, Social ID e diversos outros.

Mas o que tudo isso tem haver com o tema do artigo “Você quer emprego ou trabalho? Faça o que você ama!”? Antes de responder, faço outras perguntas: com quais imagens você mais se identifica? Quais são seus objetivos profissionais? Você valoriza mais o aprendizado ou a remuneração? Está desempregado ou é freelancer?

Na minha visão, o marketing digital e a Internet estão muito valorizados e praticamente ninguém mais questiona a importância de investir em marketing digital. Além disso, o Brasil é a bola da vez com a Copa do Mundo e as Olímpiadas, além de estar em crescimento. Há 20 anos, o Brasil devia para o FMI e os brasileiros sonhavam em morar no exterior. Hoje, os estrangeiros que querem vir trabalhar no Brasil.

Porém, temos uma cultura focada no EMPREGO e não no TRABALHO. O sonho de milhares de brasileiros é passar em um concurso público ou um emprego CLT. O empreendedorismo ainda é um tema novo e em crescimento no Brasil. Isso é natural, pois saímos de uma cultura de inflação para uma economia estável e as pessoas demoram vários anos para conseguirem mudar uma cultura.

Economia e tecnologia

O cenário que vemos é de grandes mudanças no cenário econômico e o surgimento contínuo de novas tecnologias. Para a maiorias das pessoas, isso provoca um “TILT” cultural. Isso é facilmente explicado quando se compreende o conceito da “Curva de Adoção de Tecnologia“, que divide as pessoas em cino diferentes perfis na adoção de novas tecnologias. Os early-adopters são tipicamente pessoas jovens – a famosa Geração Y – que aprendem rapidamente coisas novas e não estão apegados ao passado. Mesmo pessoas mais “experientes” podem ter o perfil de geração Y, eu costumo falar em palestras que assisti o Queen ao vivo no Rock in Rio I. Porém, como consultor e apaixonado por aprender e ensinar novas tecnologias, sou early-adopter e tenho espírito da geração Y.

Oorém, quando olhamos o aspecto econômico, eu tenho 44 anos e venho da cultura da inflação e do Brasil com a dívida de milhões de dólares para o FMI. A geração Y, com 20 e poucos anos, tem como referência o Brasil que empresta para o FMI e que será sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Assim, até nossos avós seriam otimistas.

Conflito de gerações

O tema emprego e trabalho tem conotações completamente diferentes para cada geração. A geração baby-boomers procurava estabilidade no trabalho, a geração X ficou conhecida como “workaholic” e a geração Y procura realização pessoal e prazer no trabalho. O excelente vídeo da Box1824 mostra claramente estes conflitos:

A crítica que eu faço para geração Y é que pelo fato de estarem “na crista da onda”, muitos não sabem equilibrar o prazer e flexibilidade com responsabilidade. Além disso, muitos querem a liberdade/autonomia, mas procuram empregos que contratem no modelo tradicional (9h às 18h). O fato é que somos mais parecidos com nossos pais do que muitos gostariam. Herdamos virtudes e defeitos, mas principalmente a CULTURA. O fato é que devemos transformar CONFLITO em OPORTUNIDADES, como o próprio Philip Kotler disse: “se quer se destacar nas redes sociais, contrate um nerd/geek”. (livro Marketing 3.0).

Falando em Philip Kotler, eu tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente no evento HSM 2010, quando participei de um concurso cultural promovido pela HSM Online e minha frase foi uma das doze selecionadas:

“O Brasil que dá certo é um país de pessoas conectadas e livres para aprender e prosperar coletivamente e de forma colaborativa.” Marcio Okabe #hsm_br

E o recado que gostaria de deixar para a geração Y é o trecho da música “Pais e Filhos” do Legião Urbana:

“Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo.
São crianças como você.
O que você vai ser,
Quando você crescer?”

Lições do open source

O open source é uma forma de desenvolvimento de software na qual o código é aberto e qualquer desenvolvedor pode executar, estudar, distribuir e, principalmente, MELHORAR o software. Vejam este excelente vídeo sobre “a surpreendente verdade sobre o que nos motiva”:

Muitos profissionais trabalham de forma ISOLADA, acreditando que a sua maneira de criar ou programar é a melhor.

Em 2006, decidi adotar o Joomla!, que é uma das principais plataformas open source de gestão de conteúdo como plataforma do site da Konfide. Desde então, nos tornamos uma referência na comunidade Joomla! no Brasil. Tive o prazer de ajudar a organizar e palestrar no Joomla! Day Brasil, que é o principal encontro da comunidade. A foto abaixo é do Joomla! Day Brasil 2010 em Brasília:

 

Muitas pessoas da foto acima possuem empregos formais, outros são donos de agênciais digitais, outros são freelancers, etc. Mas o que TODOS têm em comum é a PAIXÃO PELO TRABALHO E POR COMPARTILHAR.

E você? Está fazendo o que AMA neste momento?