Design & UX

7 fev, 2018

Missile inbound — UX case (fail)

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“BALLISTIC MISSILE THREAT INBOUND TO HAWAII. SEEK IMMEDIATE SHELTER. THIS IS NOT A DRILL.”

Após um mês de férias, o meu primeiro artigo de 2018 será um caso ocorrido no início deste ano — último artigo de 2017.

Algumas semanas – 13 de janeiro – atrás, saiu no noticiário que o centro de emergência do Havaí (HEMA) enviou por engano uma mensagem de alerta de ataque de míssil.

Tradução livre: ”Ameaça de míssil balístico no Havaí. Procure imediatamente um abrigo. Isso não é um exercício.”

Tanto turistas, como residentes da ilha, receberam essa mensagem. Felizmente, isso não era verdade. O que aconteceu foi que um funcionário acidentalmente selecionou a mensagem errada. Em uma conferência de imprensa o governador do Havaí explicou que se tratou de um erro humano a origem das mensagens de alerta.

Detalhe: Levaram 38 minutos para informar a população que o alarme era falso.

Logo após o incidente veio a pergunta na minha cabeça: “Como esse cara foi errar uma coisas dessas?”. A resposta? Veja você mesmo na imagem abaixo.

Sistema de alarme do Havaí. Foto divulgada pelo HEMA. As duas opções envolvidas no problema são PACOM (CDW) — State Only (opção escolhida pelo operador) e DRILL-PACOM (CDW) — State only (opção correta).
  • PACOM (CDW) — State Only (opção escolhida pelo operador)
  • DRILL-PACOM (CDW) — State only (opção correta)

Problemas de interface

Facilmente percebemos que estamos diante de um conjunto de graves erros de fundamentos básicos de UI e UX.

Uma situação crítica dessas, seria obrigatório a necessidade de uma mensagem de confirmação, para revisar a decisão.

Após o envio da mensagem — certa ou errada — por precaução, seria interessante colocar um botão de “undo” — igual nós temos nos programas de email.

As opções de testar e lançar não deveriam estar muito próximas – a probabilidade de erro é de 50 – 50.

As labels utilizadas para descrever os alertas são surreais –  tem que ter muito esforço mental para diferenciar. O design é extremamente pobre  – na verdade não tem design.

Conclusão

À primeira vista, muita gente vai dizer que o erro foi humano, o operador foi o responsável pela escolha errada. Mas se pararmos para analisar de forma fria, chega-se a conclusão que o sistema mal projetado é o verdadeiro culpado.

Usabilidade, UX e UI são tão cruciais que todos os envolvidos em situações como essa deveriam levar o assunto a sério. Após o incidente, “revisaram” a interface e fizeram “upgrades” — continua a mesma porcaria no sense, parece piada, mas é sério.

Se eu tivesse que montar um sistema desses, no mínimo faria uns 30 testes de usabilidade. Todos assistidos. É muita responsabilidade.

Referências