Desenvolvimento

25 abr, 2017

Big Data: questão de moda ou necessidade?

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A importância das informações estratégicas

Muitos analistas e desenvolvedores ainda não sabem o que é realmente Big Data. Hoje vim aqui para tentar explicar um pouco sobre este assunto que passou de moda a um cenário real e necessário.

O termo Big Data, que expressa o significado de “grande quantidade de dados armazenados”, é relativamente novo, porém o conceito é bem antigo. O armazenamento de informações para fins estratégicos vem desde antigamente, quando os grandes intelectuais já armazenavam e analisavam dados de forma rudimentar em Guerras, na Geografia (Enciclopédia) e no campo da Astronomia. Mas com toda a revolução tecnológica e a era dos computadores, a inovação das linguagens de programação, bem como os bancos de dados (Databases) e as estruturas de servidores (Data Centers) em todo o mundo, o conceito foi ganhando cada vez mais força desde os anos 2000.

Desde a última década estamos presenciando um verdadeiro bombardeio de informações na web e tudo isso vem sendo alimentado pela guerra dos buscadores e das redes sociais, em que por meio de Web Crawlers é feito todo o mapeamento e captura de informações julgadas necessárias.

Os Web Crawlers ou Crawlers são códigos automatizados (robôs) que fazem as varreduras em diversos diretórios de páginas da web. Empresas como o Google, Microsoft e Yahoo processam essas informações a fim de lucrar e venderem assim seus anúncios com bases em informações estratégicas.

E a mineração destas informações está garantindo o lugar ao sol destas empresas, diga-se de passagem. As empresas que investiram em Big Data e servidores para processar estas informações como a Google, Yahoo, Microsoft, Amazon e Facebook, estão entre as mais valiosas do mundo.

Uma das empresas que desde o seu início vem focando no armazenamento de informações da internet é a Google e hoje ela oferece diversos serviços com base em informações privilegiadas coletadas ao decorrer de décadas. Isto tudo só nos ajuda a afirmar que as Informações quando bem selecionadas podem ser o ponto chave para o crescimento de uma empresa em diversas situações, tanto no marketing promocional como no financeiro.

Portanto saber lidar com uma grande quantidade de informações é de extrema importância para uma empresa que quer se destacar no mercado.

Para se ter uma ideia, até os times de futebol se renderam a Big Data e utilizam destas informações para formar atletas cada vez mais competitivos e com rendimento acima do normal, colhendo resultados com a informação estrategicamente organizada. Aconselho a quem tiver interesse em assistir ao filme MoneyBall (O Homem que mudou o jogo), que retrata bem o que acabei de exemplificar.

Para selecionar melhor as informações e poder trabalhar com elas, citarei os 5Vs que são as características que devemos levar em consideração ao fazermos as análises das informações armazenadas. Segundo Doug Laney, são elas:

  • Volume: Organizações coletam dados de uma grande variedade de fontes, incluindo transações comerciais, redes sociais e informações de sensores ou dados transmitidos de máquina a máquina. No passado, armazenar tamanha quantidade de informações teria sido um problema – mas novas tecnologias (como o Hadoop) têm aliviado a carga.
  • Velocidade: Os dados fluem em uma velocidade sem precedentes e devem ser tratados em tempo hábil. Tags de RFID, sensores, celulares e contadores inteligentes estão impulsionado a necessidade de lidar com imensas quantidades de dados em tempo real ou quase real.
  • Variedade: Os dados são gerados em todos os tipos de formatos – de dados estruturados, dados numéricos em bancos de dados tradicionais, até documentos de texto não estruturados, e-mail, vídeo, áudio, dados de cotações da bolsa e transações financeiras.
  • Veracidade: Os dados precisam de um grau de certeza, que façam sentido e que sejam autênticos. Devemos classifica-los seguindo critérios que podem ser estudados e aprimorados com o uso de Machine Learning.
  • Valor: Uma organização que investe em Big Data tem que ter ciência do retorno financeiro dos investimentos feitos na implementação de soluções que envolvem as informações geradas. 

O medo das informações

O medo é uma característica que vem acompanhando os consumidores da internet há alguns anos, mas que vem sendo vencido gradativamente.

Quando falamos em minerar as informações em uma base de dados nós esbarramos em diversas técnicas que são aplicadas após a mineração e que causam certo medo no usuário final, umas delas é a Web Semântica.

A Web Semântica é uma técnica aplicada para estruturar as informações e apresentá-las de forma inteligente e personalizada para um ou mais usuários.

Um exemplo bem simples de aplicação desta técnica são os anúncios pagos do Google (Adwords) que podem ser encontrados dentro de diversos produtos da empresa e também em banners nos sites de parceiros.

Estas empresas usufruem de parcerias feitas com os grandes navegadores (browsers) utilizados no mercado atual. Elas utilizam do armazenamento de cookies, geolocalização e dos termos que são pesquisados para traçar estratégias inteligentes que levam a você opções diversas de anúncios direcionados por meio de configurações previamente parametrizadas e que podem gerar ou não uma conversão de venda.

Claro que as essas empresas adotam um armazenamento de informações quase que invasivo e se você não ler cuidadosamente os termos de uso pode acabar doando informações de bandeja sem mesmo saber que as disponibilizou.

Em contrapartida, são técnicas excelentes e que geram resultados em conversão de vendas e de pós-vendas, pois é algo direcionado para um público específico. Lógico que o resultado irá depender de como você configura o seu público alvo.

Esta é a importância de ter as informações certas e cada vez mais detalhadas de seus clientes. Saber o que ele gosta é primordial para uma venda ou, dependendo da informação armazenada, poderemos analisar até as informações que implicam na reputação da sua empresa na internet.

Realidade no Brasil

Nos últimos anos, muitas empresas do Brasil migraram e ainda migrarão sua estrutura de datacenter para a nuvem, o que é um passo muito importante para evoluir no conceito de Big Data e começar a trabalhar e minerar suas informações e, como consequência, conseguir atrair clientes cada vez mais selecionados por meio das mais diversas técnicas de estruturação, classificação e manipulação de dados.

Claro que ainda é um caminho longo a se percorrer, pois tudo é novo e o custo as vezes é elevado para se manter tanta informação armazenada e com tanta opção oferecida.

Relatórios Inteligentes (BI)

Quando conseguimos obter uma gama de informações em uma base de dados bem estruturada e de preferência escalável, conseguiremos implementar relatórios gerenciais inteligentes para tomadas de decisões estratégicas que poderão nos avisar quando uma informação, por exemplo, fugir de um parâmetro pré-definido. Tudo isso configurado em seu ERP ou mesmo em algum serviço de Report dedicado.

Com a Big Data a favor da empresa, você consegue prever informações futuras e antecipar decisões em meses ou anos, como se você tivesse a espada justiceira dos Thundercats e pudesse ver além do alcance e de forma planejada.

O mercado financeiro exige isto. Cada vez mais estamos buscando soluções para melhorar o atendimento e os nossos serviços oferecidos. E a Big Data é uma das formas de proporcionar essa melhorias.

Conclusão

Nós estamos caminhando para uma era em que reter informações e saber trabalhar com elas já está sendo de grande importância para a economia. E quem deter de informações estratégicas e cada vez mais souber aplicar as técnicas certas, seja desde uma Web Semântica ou aplicando em Relatórios Inteligentes (BI), terá um diferencial em seu negócio.

Pois com a popularização e melhoria dos serviços de armazenamento, a tendência é que Big Data se torne cada vez mais comum.

As suas informações valem ouro para a internet, portanto faça um bom uso!