Tecnologia

12 nov, 2014

YouTube fecha acordo de licenciamento com gravadoras independentes

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Um dos últimos obstáculos para o lançamento do serviço de streaming musical do YouTube deixou de existir hoje. Segundo o jornal The New York Times, o Google chegou a um acordo de licenciamento com a Merlin, uma organização que representa centenas de gravadoras independentes ao redor do mundo. A negociação tinha a ver com o pagamento de royalties e a disponibilização de conteúdo sob demanda a partir do pagamento de assinaturas pelos usuários.

A polêmica vinha se desenrolando desde junho, quando uma declaração do diretor de conteúdo do YouTube, Robert Kyncl, motivou a ira dos indies. De acordo com ele, a ideia da empresa era que todos os produtores de conteúdo musical deveriam aderir aos novos termos de uso da plataforma e se unirem a seu serviço musical. Caso contrário, corriam o risco de desaparecer do site, já que o lançamento da plataforma de streaming era algo real e iminente.

A novidade vem sendo desenvolvida há mais de um ano e chega para competir com nomes como Spotify e Pandora. O objetivo é permitir que todo o acervo musical colocado à disposição dos usuários pelo YouTube também seja acessado via aplicativos e clientes voltados à música, uma mudança que também passa a exigir o pagamento de royalties por reprodução, justamente o quesito que mais vem causando discussões na indústria fonográfica.

Esse tipo de conversa não é exclusividade do YouTube. Serviços como Spotify e SoundCloud, que também trabalham em sua própria plataforma de assinaturas, são duramente criticados devido aos baixos valores que são repassados aos artistas, levando muita gente de renome a criticá-los publicamente. Mas no caso do YouTube, a coisa tomou contornos um pouco mais polêmicos quando a Merlin acusou o Google de tentar fechar acordos com os independentes com valores inferiores aos oferecidos às grandes gravadoras. Entre as cláusulas criticadas estava uma que permitia ao site abaixar o nível de pagamento para todos os produtores de conteúdo “de um mesmo nível” caso um deles aceitasse receber menos pela reprodução de suas faixas.

Para as gravadoras indies, essa questão contrasta com os grandiosos números de publicidade obtidos pelo site que, em 2014, devem chegar a US$ 7,2 bilhões em faturamento. Com a entrada de um modelo de assinaturas, mais dinheiro entraria nesse caixa que aumenta cada vez mais, e as gravadoras querem uma fatia representativa desse bolo.

Com a polêmica resolvida, o caminho parece estar mais livre para que o YouTube trabalhe no efetivo lançamento de sua plataforma musical. Entretanto, ainda são poucas as informações realmente oficiais sobre como tudo vai funcionar.

Com informações de Canaltech