DevSecOps

13 mar, 2015

Ubuntu adota systemd na versão 15.04 beta

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A partir da sua próxima versão, o Ubuntu vai passar a utilizar o systemd para realizar funções de inicialização e encerramento do sistema. As distribuições OpenSUSE, Fedora e Debian, que serviu de base para a criação do Ubuntu, também adotam a ferramenta.

A Canonical informou que o novo sistema de inicialização estará presente já na versão beta do Ubuntu 15.04 (codinome Vivid Vervet) e também estará em sua versão estável. Isso significa que os sistemas disponíveis atualmente não serão atualizados, inclusive a última versão com suporte de longo prazo (a 14.04).

Ubuntu

A justificativa de Mark Shuttleworth, o criador do Ubuntu e CEO da Canonical, para a adoção do systemd é simples: todas as distribuições de Linux caminham para essa direção. Como as demais distros estão adotando o systemd, permanecer com o Upstart, sistema de inicialização criado pela Canonical, significaria ficar para trás. Além disso, o fato de o Debian ter feito a mudança anteriormente também pesou na escolha. “Dado que o Ubuntu é um membro bastante central da família Debian, essa é uma decisão que nós apoiamos”, escreveu o executivo em seu blog.

A medida é um tanto quanto polêmica, já que o novo sistema de inicialização tem causado uma grande controvérsia na comunidade Linux. No Debian, por exemplo, a adoção do sistema gerou tamanha revolta que um grupo deixou o núcleo de desenvolvimento e criou um fork – uma nova distro chamada Devuan.

A ideia da substituição é simples: modernizar os sistemas Linux. A escolha pelo systemd é justificada pela promessa de mais recursos durante a inicialização. Isso porque serviços como ele e o Upstart, até então utilizado pelo Ubuntu, são responsáveis por carregar drivers, ativar a conexão com a Internet, iniciar serviços do sistema e levar você até a tela inicial da sua distribuição.

O systemd seria capaz de tornar todo esse processo mais ágil e oferecer recursos adicionais, como agilizar o reconhecimento de uma impressora plugada via USB e abrir o sistema de configuração de impressoras na sua tela. O sistema ainda pode ser pré-configurado para reagir de uma forma específica a uma conexão realizada em uma determinada porta do seu computador.

E é justamente essa gama de recursos extras que o systemd pode oferecer que levantou inúmeras críticas à sua adoção. Isso porque tais características iriam contra a filosofia Unix, com o sistema de inicialização fazendo bem mais do que apenas iniciar as coisas em si.

Apesar de louvar as possibilidades do systemd, o próprio Shuttleworht já chamou o sistema de “altamente invasivo e dificilmente justificável”. Mas o CEO da Canonical se viu sem saída após o novo sistema de inicialização ser adotado pelas distribuições concorrentes do Ubuntu.

Com informações de Canaltech