Tecnologia

8 fev, 2017

Processador magnético não terá transistores, e sim furos

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Uma equipe internacional, sediada no Centro Helmholtz, na Alemanha, mostrou como uma placa perfurada de cobalto pode ser programada de forma confiável a temperatura ambiente.

Essa estrutura simples é capaz de fazer cálculos computacionais, de maneira similar aos transistores, só que de forma mais rápida e consumindo uma fração da energia dos processadores atuais.

Cada furo compõe o que os pesquisadores chamam de um “antiponto”, e cada um deles pode ser configurado em até três estados magnéticos diferentes, o que significa que cada bit dessa nova arquitetura computacional é na verdade um trit, podendo armazenar três dados diferentes.

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Um antiponto é um furo simples, com aproximadamente 250 nanômetros de diâmetro. Eles são feitos em intervalos regulares, de 150 nanômetros, em uma camada de cobalto com uma espessura de 50 nanômetros. Nessas dimensões exatas, a grade de antipontos de cobalto apresentou propriedades inusitadas: com a ajuda de um campo magnético aplicado externamente, cada furo pode ser programado individualmente para assumir até três estados magnéticos.

“Os antipontos estão agora no foco da pesquisa internacional. Otimizando a geometria dos antipontos, nós conseguimos demonstrar que os spins, ou os momentos magnéticos dos elétrons, podem ser programados de forma confiável em torno dos buracos”, disse o professor Rantej Bali.

Segundo o site Inovação Tecnológica, uma vez que os furos programáveis individualmente estão situados em uma camada de metal magnético – o cobalto -, a geometria da grade pode ser usada em processadores que funcionem com ondas de spin, em vez de corrente elétrica. “As ondas de spin são semelhantes às chamadas ondas mexicanas, que você vê nos estádios de futebol. A onda se propaga através do estádio, mas os fãs individuais, no nosso caso os elétrons, continuam em seus lugares”, explicou o professor.

Processadores que se baseiem nessas ondas de spin podem funcionar usando muito menos energia do que os processadores de hoje, porque não há nenhuma corrente elétrica envolvida, já que os elétrons não precisam circular de antiponto em antiponto.

Para fazer cálculos, as várias ondas de spin podem ser programadas para seguir direções específicas, o que promete uma maior velocidade de processamento nesses futuros chips magnéticos.