DevSecOps

24 abr, 2014

Pesquisadores trabalham para que computadores do futuro fiquem “normalmente desligados”

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Atualmente, a ideia de que um computador precisa estar ligado para ser útil é muito comum. Mas talvez isso não seja 100% verdade, principalmente se você em conta que o “tempo” de um computador é bem diferente do “tempo” de um ser humano.

Por exemplo, com clocks internos na faixa dos nanossegundos, o tempo que decorre entre você digitar duas letras no teclado parece uma eternidade no ócio para um processador. Ele é ainda maior enquanto você pensa no que vai escrever, ou simplesmente fica lendo um texto ou uma notícia.

Isso acontece porque a maior parte dos computadores é feita de componentes como transistores e células de memória que são voláteis, ou seja, perdem a informação quando a energia é desligada, o que exige o uso permanente de eletricidade para regravar continuamente esses dados – o que dá um outro sentido à expressão “computador normalmente ligado”.

Não será preciso alterar toda a estrutura dos computadores - bastará usar as memórias spintrônicas no nível mais elevado.
Não será preciso alterar toda a estrutura dos computadores – bastará usar as memórias spintrônicas no nível mais elevado.

Diante dessa situação, uma equipe de pesquisadores japoneses está tentando construir computadores que fiquem “normalmente desligados”.

A ideia já vem sendo cogitada há algum tempo, e começou a ganhar ares de praticidade com o desenvolvimento das memórias STT-RAM (spin-transfer torque random access memory), mais conhecidas como memórias spintrônicas.

Koji Ando e seus colegas do instituto japonês AIST estão vislumbrando um novo patamar nessa área, com a adição da magnetorresistência às memórias spintrônicas, criando as STT-MRAMs, ou memórias de transferência de torque por meio da rotação do spin magnetorresistivas.

A memória STT-MRAM é baseada em um componente conhecido como “junção túnel magnética (MTJ – magnetic tunnel junction), cujo funcionamento é inteiramente ditado por fenômenos quânticos. “A spintrônica acopla o magnetismo com a eletrônica na mecânica quântica,” explicou Ando. “De fato, as STT-MRAM não exigem mais uma bobina eletromagnética para escrever e ler informações. Estamos entusiasmados com essa mudança de paradigma e estamos trabalhando no desenvolvimento de uma variedade de tecnologias eletrônicas da próxima geração”.

De acordo com o pesquisador, o potencial para reprojetar as tecnologias atuais para que o consumo de energia dos computadores e outros aparelhos eletrônicos seja zero durante quaisquer intervalos, por mais curtos que sejam, permite pensar em equipamentos de altíssima eficiência energética, alimentados por pequenos painéis solares ou até mesmo por manivelas, como as usadas hoje em alguns modelos de lanternas de LEDs. Para isso, será necessário aumentar a velocidade das memórias STT-MRAM.

“Para criar computadores ‘normalmente desligados’, nós precisamos de componentes não-voláteis de alto desempenho, que não necessitem de uma fonte de alimentação para manter a informação e, ao mesmo tempo, garantam uma velocidade de operação suficientemente alta para manipular a informação,” disse Ando.

Com informações de Inovação Tecnológica