Tecnologia

6 set, 2016

Pesquisadores criam memória de “cristal de plástico” que não perde dados

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Pesquisadores da Universidade de Hokkaido, no Japão, sintetizaram um “cristal de plástico” inédito, com propriedades de mudança controlável de estado que promete aplicações que vão dos materiais inteligentes às memórias de computador.

Quando se aplica um campo elétrico em alguns materiais, os átomos desses materiais alteram sua polarização elétrica de um sentido para outro, tornando um dos lados do material positivo e o outro, negativo. Essa propriedade de comutação – característica dos materiais ferroelétricos – permite que eles sejam utilizados em uma vasta gama de aplicações, como os bits das memórias de computador, por exemplo.

Conforme divulgado pelo site Inovação Tecnológica, a novidade é que o novo material é um plástico, abrindo novos caminhos para a eletrônica orgânica, com componentes mais baratos e menos tóxicos do que os usados na eletrônica inorgânica tradicional e reforçando as promessas de dispositivos flexíveis.

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Até agora, os cristais ferroelétricos à base de compostos orgânicos desenvolvidos são menos simétricos do que os cristais inorgânicos, o que significa que eles só podem ser polarizados em uma direção. Isso exige que se use um monte de pequenos cristais, gerando uma polarização geral bem mais fraca.

O novo cristal plástico é ferroelétrico a temperatura ambiente, alternando para uma fase plástica e mais flexível a temperaturas mais elevadas. Nas temperaturas mais elevadas, as moléculas do cristal apresentam eixos de polaridade aleatórios, mas podem ser alinhados em uma direção específica através da aplicação de uma corrente elétrica à medida que o cristal esfria, o que significa que ele pode ser trazido de volta para um estado ferroelétrico com uma polarização forte e robusta.

De acordo com a equipe, uma vantagem crucial dessa transição para um estado plástico pelo aquecimento é a redução da tendência à fratura que ocorre nos cristais convencionais. Isso “o torna extremamente vantajoso para uso na forma de uma película ferroelétrica fina em dispositivos como memórias de acesso aleatório não-voláteis, que mantêm a memória quando a energia é desligada”, afirmam os pesquisadores.