DevSecOps

30 jul, 2012

Palestrante do fisl13 defende fim dos monopólios e uso do software livre para desenvolvimento do Brasil

Publicidade

Entre os dias 25 e 28 de julho, aconteceu a 13ª edição do Fórum Internacional de Software Livre (fisl). O evento contou com a presença de vários participantes, como Jon “Maddog” Hall, diretor-executivo da Linux Foundation, e Amir Taaki, desenvolvedor e co-fundador do projeto Bitcoin.

Em relação à situação do Brasil no setor, um dos destaques foi a palestra Liberdade na internet, software livre e educação, ministrada por Fátima Conti, mestre, doutora e professora da Universidade Federal de Pará (UFPA). Segundo ela, “somos, ainda, analfabetos digitais”, destacando que os usuários de computadores em geral não possuem conhecimento de configurações e utilização básico, permitindo que as grandes empresas  dominem e controlem as ações de mercado, favorecendo monopólios. “Temos que seguir leis, mas a lei de Direito Autoral não está a favor da distribuição de conhecimento”, afirmou. 

Fátima falou sobre as licenças proprietárias que travam o conhecimento. Um exemplo citado por ela é quando um software proprietário atualiza um programa e, com isso, o próprio usuário não pode abrir ou alterar sua obra, sendo obrigado a comprar uma nova licença do produto. “Uma empresa pode fazer isso com a gente? As pessoas não sabem o quanto os seus direitos são tripudiados. Com o software livre isso não acontece, todos nós podemos criar, contribuir, mexer e distribuir conhecimentos”, disse.  

Além disso, ela explanou sobre as leis de copyright e seus entraves no desenvolvimento social e cultural do mundo. De acordo com a professora, um dos principais problemas dessa lei é a validade. No Brasil, para que uma pessoa possa modificar, contribuir ou aperfeiçoar algum material com direito autoral, é preciso que o autor morra e ainda contabilize mais 70 anos. “Isso representa conhecimento parado”, salientou. O direito, seguindo a lei, deve ser do autor, mas, segundo ela, nem sempre isso acontece na prática. “Muitas vezes o autor é uma pessoa simples que vende seu conhecimento materializado em produto a um preço mínimo, e as grandes empresas ganham lucros enormes e passam a ser atravessadoras (distribuidoras) de conhecimento”, destacou. 

Em relação ao desenvolvimento do País, Fátima salientou que o Brasil só poderá crescer, inovar, ter liberdade de expressão e criar oportunidades diferentes com soluções livres. “Precisamos levar  o software livre no peito, no coração, em tudo o que fazemos. O que não precisamos é viver em um mundo consumista, de monopólio e controlado por grandes empresas”, finalizou.

O Fórum Internacional de Software Livre (fisl) acontece desde o ano 2000 e é considerado o mais consolidado evento da área na América Latina e um dos maiores do mundo.