A Linux Foundation está desenvolvendo um projeto com o objetivo de dar uma resposta para o fragmentado cenário dos sistemas operacionais automotivos atuais. Chamada de Automotive Grade Linux (AGL), a iniciativa está focada em fornecer um sistema operacional para consoles infotainment em veículos. No entanto, seus apoiadores imaginam um sistema operacional que seja capaz de controlar vários instrumentos e lidar com recursos desde carros conectados a veículos autônomos.
Atualmente, Toyota, Honda, Mazda, Nissan, Subaru, Mitsubishi, Ford e Jaguar Land Rover participam do projeto.
De acordo com Dan Cauchy, gerente geral do projeto, as montadoras sabem que ficaram para trás em relação a empresas de eletrônicos de consumo. Em nenhum lugar isso é mais evidente do que na experiência interativa no painel dos veículos. Compare um sistema de navegação de um carro médio – muitas vezes um console touchscreen – com um telefone Android moderno ou iPhone. O sistema é mais lento, desajeitado e nem chegará perto do ecossistema de apps para um dispositivo móvel. Além disso, os sistemas para carro costumam custar US $ 1.000 ou mais.
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Google e Apple estão lidando com isso com Android Auto e CarPlay, respectivamente. Ambos funcionam da mesma maneira – o telefone faz todo o trabalho e replica as funções no carro. No entanto, isso não resolve o problema para as montadoras, que ainda precisam de um sistema operacional em seus painéis, mesmo que elas queiram ter suporte para Android Auto ou CarPlay. Além disso, elas precisam de uma solução para pessoas que não querem conectar seus telefones ao sistema. E as montadoras prefeririam fornecer sua própria experiência em vez de deixarem a experiência do usuário a cargo de Google e Apple.
Mas esses sistemas infotainment integrados são apenas o ponto de partida. O Automotive Grade Linux continuará se expandindo para fazer mais coisas. Ele foi criado para ser uma plataforma única para a indústria automotiva, algo parecido com que o Android faz para a indústria mobile. Assim como o sistema móvel do Google, o projeto é gratuito, open source e qualquer pessoa pode baixá-lo.
O fato de ele ser open source é a chave. Em vez de as montadoras contratarem o software para uma empresa que fornece códigos exclusivos que funcionam somente em um modelo de carro, eles estão construindo uma plataforma de software que pode ser adicionada e reutilizada. Isso significa que haverá um ecossistema de apps em comum para desenvolvedores tirarem proveito.
Por enquanto, o AGL não está em nenhum carro, mas a primeira versão do projeto foi lançada na CES 2016, em janeiro. Neste link, você pode assistir a uma demonstração do software em funcionamento.
A segunda versão está prevista pra julho, e a terceira deve chegar na CES 2017. Cauchy espera que as montadoras comecem a integrar a terceira versão em seus carros, com os primeiros sistemas AGL chegando aos automóveis em 2018.