DevSecOps

16 out, 2014

Latinoware traz novas soluções e avaliações do desenvolvimento do software livre nos últimos anos

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Onze anos após sua primeira edição, a Conferência Latino-Americana de Software Livre (Latinoware) começou ontem trazendo com resultados concretos da evolução das plataformas livres na última década.

De simuladores de comando de navios à apresentação de aplicativo desenvolvido por jovens de 18 anos, o evento apresenta soluções diversas baseadas em código aberto e reúne, até a próxima sexta-feira, mais de 4.300 participantes no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu.

“Essa conferência é um momento especial de fortalecimento do software livre e representa a escolha acertada, tomada em 2003 pelo governo federal, desta plataforma como importante instrumento de desenvolvimento”, disse o diretor-geral brasileiro interino da Itaipu, Airton Dipp, durante a solenidade.

“Havia muita descrença há 15 anos, quando o movimento do software livre começou a aparecer. Hoje, já comprovamos que ele é mais eficiente, barato e seguro”, afirmou o coordenador de comunicação do Serpro e membro do Comitê de Implementação de Software Livre do governo federal, Deivi Kuhn.

Experiências como a do simulador de cabine de comando da Marinha Brasileira, instalado em uma sala na 11ª Latinoware, é um desses exemplos. Desenvolvido a partir de plataformas como Delta 3D e linguagem C++ – todas de código aberto – o aparelho já é usado para treinamento de militares da Marinha, com possibilidade de simulação de intempéries, sem uso de navios reais. “Com poucos recursos financeiros, podemos adentrar em uma série de situações”, disse o tenente Bruno Costa Leite.

Para o usuário civil, o software livre tem propiciado inclusão e desenvolvimento de novas ferramentas, como a de três jovens estudantes do interior da Bahia, que viajaram 30 horas seguidas de ônibus para divulgar o aplicativo que estão criando, a partir das linguagens C, Java e PHP. Batizado de “Easy Code”, o aplicativo pretende introduzir leigos na arte da programação. “Pretendemos ajudar outros a programar”, disse Joyce Almeida, 18 anos, aluna de curso técnico de informática.

“Itaipu se sente honrada por fazer parte desta evolução”, disse José Washington Medeiros, superintendente de Informática de Itaipu.

A abertura do evento contou com a presença do diretor-presidente da Fundação PTI, Juan Sotuyo; do assessor da diretoria do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Corinto Meffe; do reitor da Universidade da Integração Latino-Americana (Unila), Josué Modesto dos Passos Subrinho; e Jon “Maddog” Hall, membro-fundador da The Document Foundation (LibreOffice).

Em Itaipu pela 11ª vez, o papa do software livre, Jon “Maddog” Hall defende o desenvolvimento de novos computadores como estratégia de eficiência energética para o futuro. Do contrário, precisaremos de tanta energia quanto a gerada por usinas como Itaipu para rodar supercomputadores.

“Na Argentina, soube de um supercomputador que consome um bilhão de watts. Precisaríamos de 1/40 da produção de Itaipu, isso é ridículo”, afirmou Maddog, principal palestrante do primeiro dia da Latinoware. “Precisamos de softwares e hardwares mais eficientes, e isso quem pode fazer são as comunidades de código aberto”.