O Instituto Sem Fronteiras (ISF) finalizou sua décima pesquisa anual sobre tendências de investimentos em TI pelas empresas brasileiras. Depois de entrevistar os responsáveis pela área de TI de 1.300 empresas de grande e médio porte, a pesquisa aponta que, mesmo com a perspectiva de crescimento do PIB próximo de zero este ano, os investimentos em TI crescerão 5,6%. Apenas 17% dos entrevistados afirmaram que haverá queda em seus gastos este ano.

Mesmo com o baixo crescimento econômico do Brasil entre 2012 e 2015, os orçamentos em TI nas companhias cresceram em torno de 6%, o triplo do crescimento do PIB no período. Entretanto, de acordo com Ivair Rodrigues, diretor de pesquisas do ISF, esse percentual é apenas o repasse da inflação oficial anual.

O ISF perguntou às empresas a causa de os investimentos não estarem crescendo mais do que a inflação. O principal motivo, citado por 43% dos entrevistados, é a relação dos problemas de baixo crescimento da economia e da empresa. Outros 39% afirmaram que os investimentos não crescem pela falta ou pela baixa qualificação de mão de obra existente no mercado, o que compromete a adoção de novos projetos.

Outro fator que afeta os investimentos em tecnologia está relacionado ao dólar. Com o valor da moeda crescendo mais do que o orçamento de TI, a capacidade de compra pelas empresas para aquisição de hardware e software diminui, porque tais produtos são atrelados ao dólar.

Para Ivair, algumas mudanças vêm ocorrendo nos orçamentos de TI. Em 2007, as despesas com mão de obra interna representavam 25% do orçamento do setor. Hoje, esse percentual representa 36% e com tendência de crescimento. Isso acontece devido à falta de mão de obra no País, o que encarece o custo e limita os novos investimentos em tecnologia.

Das empresas entrevistadas, 42% mencionaram que o orçamento de TI será abaixo do desejado, mas apenas 7% afirmaram que a área de TI será reduzida. Outras 45% afirmam que vão tentar renegociar os contratos atuais.