Desenvolvimento

22 out, 2016

InterCon 2016: Rafael Câmera explica como programar hardware open-source

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Eles estão por aí: espalhados, baratos e democráticos, os hardwares open-source são a aposta para as tecnologias do futuro.

Isso foi o que sustentou Rafael Câmera, fundador do PandoraLab e palestrante do segundo dia do InterCon 2016. Na manhã deste sábado (22), ele falou sobre “Hardware open-source para webdevs: seu código no mundo real”.

 

Para ele, os aparelhos “reais, que podemos tocar”, como os chamou, farão pelo mundo o que o software open-source fez pela internet. “São inúmeras possibilidades”, sustentou.

Segundo Câmera, hoje existem muito mais ferramentas disponíveis a um preço acessível a todos os desenvolvedores em comparação há duas décadas.

“Para se ter uma ideia, há 20 anos o chip custava pelo menos R$ 100. Agora as peças estão muito mais baratas, disponíveis em vários lugares. Se você morar numa ponta do país e quiser uma peça, qualquer e-commerce te envia”, afirmou.

Além disso, a própria programação evoluiu, possibilitando o nascimento de novas linguagens high-level que ajudam a comunidade a criar hardwares com facilidade, sem precisar quebrar a cabeça. “Com 20 linhas de código, você consegue criar soluções interessantes”, defendeu. “Quase qualquer tecnologia é compatível entre si. Por exemplo, alguém já criou um código e ele está lá aberto, open-source.”

Para Câmera, existem dois passos primordiais com os quais o desenvolvedor deve se preocupar:

1) Escolha um projeto

Defina o que você quer fazer, qual o tamanho e a abrangência do seu projeto. “Quanto mais complexo, mais frustrante no início, mas mais desafiador”, disse.

2) Qual plataforma usar?

“Se puder, vá direto para o Arduino”, afirmou Câmera. Mesmo assim, ele sugeriu analisar qual o objetivo do projeto e, a partir daí, definir uma plataforma de programação. Câmera ainda comparou os dois principais softwares:

Arduino: bootloader / 1 thread / Loop / C++

Raspberry Pi: boot OS / Multithread/ Eventos/ Python, lua, C++

Após a definição da plataforma, a ordem é ousar. “Saia da sua zona de conforto, se coloque desafios. Pegue um projetinho e faça uma alteração, mude de plataforma tempos em tempos”, sugeriu.

Outro conselho é pedir ajuda e conversar com a comunidade. “É muito difícil começar sem experiência, então, visite FabLab, você precisa de um mentor”, cravou. “Como hoje em dia existe uma comunidade forte de desenvolvedores hardware open-source, o legal é que, depois, você vira um mentor também”, concluiu.