Carreira Dev

28 mai, 2015

Em cinco anos, tráfego IP chegará a 53 exabytes/ano no Brasil

Publicidade

Os dados da 10ª edição do Cisco Visual Networking, divulgados ontem, mostram que o tráfego IP global – a soma de todo o tráfego em redes IP (privadas e públicas)- vai alcançar em 2019 a marca de 2 zettabytes. E como lembrou Hugo Baena, diretor da Cisco Brasil, o primeiro zettabyte levará 32 anos para ser alcançado – de 1984 a 2016. “Vamos produzir 1 zettabyte em apenas três anos. É uma marca sem igual”, salientou o executivo.

No Brasil, o tráfego IP deverá duplicar entre 2014 e 2019, atingindo 53 exabytes por ano, o que significa, em média, 4 exabytes por mês e 145 petabytes por dia – segundo a VNI, a cada hora vão cruzar pelas redes IPs brasileiras o equivalente a todos os filmes já feitos no mundo. O levantamento também apontou que o tráfego de Internet vai mais que duplicar nos próximos cinco anos no País e atingirá 122 petabytes/dia em 2019. Nos horários de pico, a média deverá ficar em 38 Tbps.

ip

Toda essa demanda virá do forte consumo do tráfego de vídeos na Web. De acordo com o estudo, o crescimento no Brasil será de 24% ao ano e chegará a 3 exabytes/mês em 2019, quando em 2014 ficou em 1,1 exabytes/mês. Os vídeos HD vão representar 44,2% de todo o tráfego IP no País, contra 17,8% verificados em 2014. Do ponto do vista corporativo, a videoconferência terá um forte impulso, com crescimento médio anual em 23,5% nos próximos cinco anos, passando de 76 milhões de usuários em 2014 para 220 milhões em 2019.

No entanto, ao contrário do que se estima, a maior parte desse conteúdo não virá dos serviços de vídeo sob demanda, como YouTube ou Netflix, que usam CDNs (Content Delivery Networks) que diminuem muito a carga sobre as redes. A maior parte do tráfego virá de serviços de vigilância, transmissões em tempo real e videoconferência.

A velocidade da banda larga fixa impactará esse aumento do tráfego. A média global vai saltar de 20.3 Mbps, em 2014, para 42.5 Mbps, em 2019, ou seja, crescimento de pouco mais de duas vezes. No Brasil, a velocidade sairá de 8.3 Mbps para 19 Mbps.

Segundo a entidade da ONU, a velocidade no Brasil está, em média, entre 256K bps e 2 Mbps. Segundo Hugo Baena, da Cisco Brasil, a diferença pode estar no fato de a UIT levar em conta banda larga fixa e móvel. Já a Cisco se concentra nos acessos fixos. De acordo com os dados da Cisco, o Brasil terá 10,7% das conexões com velocidades acima de 50 Mbps e 13,5% acima de 25 Mbps. A maior parte, 35%, será de acessos acima de 10 Mbps. Mas há também a certeza de que 40,8% ainda terão acessos abaixo de 10 Mbps, que reduz a possibilidade de consumo de vídeos online.

Sem dados efetivos do Brasil, a 10ª edição do Cisco Visual Networking relata ainda que, em 2014, o tráfego IP para negócios – que inclui Internet, backup, VoIP, videoconferência, entre outros – representou 20% do total trafegado no mundo. Os consumidores responderam por 80%. O estudo apontou um dado curioso: em 2019, o tráfego IP de negócios vai cair para 18% e o de consumidores vai aumentar para 82%. A explicação para isso seria a adoção de home office e do teletrabalho em todo o mundo.

Com informações de Convergência Digital