Tecnologia

15 jul, 2015

Cientistas do Grande Colisor de Hádrons descobrem nova classe de partícula

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Os cientistas do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) anunciaram ontem que conseguiram provar a existência do pentaquark, uma nova classe de partícula subatômica. Como o próprio nome da partícula sugere, o pentaquark é formado por cinco quarks agrupados.

Os quarks são partículas elementares que existem em seis tipos diferentes, conhecidos como “sabores”: up, down, strange, charm, bottom e top. Esses sabores podem ser agrupados de diferentes maneiras, formando as chamadas “partículas compostas”. As mais conhecidas delas, com três quarks, são os prótons e nêutrons que formam a matéria.

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Como aconteceu com o bóson de Higgs, encontrado em 2013, a existência do pentaquark foi considerada hipotética por quase meio século. A teoria de uma partícula com cinco quarks agrupados foi proposta pela primeira vez pelo físico americano Murray Gell-Mann, ganhador do prêmio Nobel de Física por sua pesquisa sobre partículas elementares, em 1969.

Em 2002, vários laboratórios chegaram a afirmar que haviam encontrado a partícula. Entretanto, três anos depois, esses experimentos foram considerados inconclusivos, fazendo com que muitos pesquisadores abandonassem a busca pelo pentaquark.

Mas os cientistas do CERN classificam a nova descoberta como “definitiva”. Os dados para o estudo final foram registrados entre 2009 e 2012, mas não divulgaram a descoberta, dado o histórico de experimentos invalidados. “Fizemos o máximo de revisões possíveis nos cálculos”, afirmou Sheldon Stone, físico do LHC, à revista Nature.

A descoberta foi feita a partir da observação da meia-vida (tempo necessário para desintegrar a metade da massa de um elemento) de um tipo de partícula subatômica conhecida como bário Lambda-B. “Estávamos estudando outra coisa, então ignoramos esses resultados em um primeiro momento”, disse Stone.

“O pentaquark não é apenas uma partícula nova qualquer”, afirmou Guy Wilkinson, físico de Cambridge e porta-voz do LHCb, um dos sete detectores de partículas do LHC e local onde o pentaquark foi descoberto. “Ele representa uma nova forma de agrupar quarks, em um padrão que nunca foi observado em quase 50 anos de pesquisas. Estudar suas propriedades nos permite entender melhor como a matéria mais comum, os prótons e nêutrons do qual somos feitos, é constituída”.

Com informações de Info