Devido às suas propriedades, como transparência, flexibilidade, alta condutividade elétrica e térmica, ao fato de ser constituído por uma única camada de átomos de carbono, o que o torna extremamente fino, leve e resistente, e por ter baixo custo de produção, o grafeno é um dos materiais mais estudados na atualidade. Assim, surpreende que uma propriedade do material permanecesse ignorada até agora.
De acordo com o site Inovação Tecnológica, a propriedade se chama anisotropia e foi descoberta por Clara Almeida e uma equipe da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
A anisotropia – apresentação de propriedades que variam conforme a direção – é exibida pelo grafeno quando ele é “varrido” em diferentes direções pela ponta de um microscópio de força atômica. E a diferença não é pequena: 80% maior na direção conhecida como “braço de cadeira” (armchair) do que na direção ziguezague.
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Segundo os pesquisadores, o efeito poderia ser entendido como uma manifestação, em escala nanométrica, do fenômeno clássico da flambagem, o encurvamento de uma barra quando submetida à compressão axial, descrito pelo matemático e físico suíço Leonhard Euler (1707-1783).
Por causa de suas notáveis características eletrônicas, térmicas e mecânicas, o grafeno é um forte candidato para a fabricação da próxima geração de dispositivos eletrônicos e de sistemas nanoeletromecânicos (NEMS). Isso requer a compreensão das propriedades mecânicas e tribológicas – isto é, decorrentes da interação de superfícies em movimento relativo desses materiais bidimensionais.
“A anisotropia que encontramos pode ser determinante para a fabricação desses NEMS, cujo design demanda o conhecimento prévio da orientação cristalina. Na maioria das vezes, as propriedades do material na configuração bidimensional [grafeno] são bem diferentes das propriedades já conhecidas na configuração tridimensional [grafite]”, explicou Clara Almeida.