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6 out, 2014

100 lojas no Brasil já aceitam a moeda virtual Bitcoin

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Com o aumento da procura de consumidores por bitcoins, a moeda virtual já é aceita em cerca de 100 lojas no Brasil.

Entre elas está a Joox, plataforma online especializada em personalizar cartões de visitas. “Os clientes pediram e decidimos experimentar”, contou o principal executivo da empresa, Genau Lopes Jr. A loja usará o sistema argentino BitPagos, primeira plataforma de bitcoin da América Latina, para fazer as transferências. O pagamento é semelhante ao feito em reais – a única diferença é que o valor é convertido, pelo próprio sistema, para a cotação da moeda digital.

Quem pensa que essa tecnologia é exclusividade dos jovens está muito enganado. A loja virtual Terceira Idade, com produtos específicos para idosos, também está entre as que aceitam bitcoin no Brasil. “A moeda é vantajosa tanto para os clientes quanto para os lojistas. As transações são rápidas e sem taxas”, justifica o proprietário da loja, Edilson Osório.

Além disso, o PayPal, que gerencia sistema de pagamento eletrônico, começará a aceitar a moeda. A integração foi concluída para ferramenta chamada “PayPal Payment Hub”, uma alternativa voltada para vender apenas de bens digitais. “Nós acreditamos que o bitcoin oferece oportunidades únicas tanto quanto os negócios fazem experimentações”, afirmou Scott Ellison, diretor de estratégia do PayPal.

A moeda é uma espécie de ação da Bolsa de Valores, e o mecanismo funciona assim: existe uma grande empresa chamada bitcoin, ela é partida e os pedaços são vendidos aos investidores que passam a ter as moedas de troca.

Apesar de haver semelhança com outros produtos financeiros, a divisa digital é muito mais volátil: como ainda são poucos bitcoins circulando na rede, a cada grande operação feita por um investidor, o mercado perde o equilíbrio. Esse movimento provoca oscilações consideráveis no valor da unidade.

No lugar do metal, a moeda digital é feita de códigos computadorizados. “Um algoritmo, desenhado justamente para esse fim, gera protocolos muitos raros que são distribuídos em blocos”, explica Safiri Félix, diretor-executivo da empresa de conversão da moeda Coinverse.

O especialista acrescenta ainda que é justamente por ser um valor “em nuvem” que as transações são mais rápidas e sem taxação. “No banco, o cliente paga imposto entre 5% e 7% da transferência e ainda espera cerca de cinco dias para que a transação aconteça. Com o bitcoin, o usuário é o seu próprio banco, podendo enviar no mesmo dia e sem taxas”, diz Félix.

Embora a moeda tenha se tornado uma forte aposta da Internet, quem pretende investir nela precisa tomar alguns cuidados. O primeiro deles, explica o executivo, é não oferecer a senha da carteira virtual para outras pessoas. “O usuário deve cuidar das moedas da mesma forma que faz com a conta bancária”, orienta. Além disso, é muito importante, segundo o especialista, pesquisar antes de apostar em uma corretora. “Veja recomendações na Internet e não compre bitcoin se existir muitas reclamações”, aconselha.

Já o advogado Mauro Martins, da empresa especializada em direito tecnológico Pinhão e Koiffman, alerta para as consequências tributárias. “Ainda não temos uma lei que determine se os bitcoins serão declarados ou não, mas pode ser que aconteça”. De acordo com o advogado, o modelo aplicado deve ser inspirado no dos Estados Unidos. “No país, as moedas são declaradas como propriedades, de acordo com a legislação”.

Quem deseja comprar bitcoins pode optar por corretoras (exchange) ou fazer a transação com outro consumidor. Para comprar de uma corretora, basta fazer um cadastro. A maioria aceita transferências bancárias ou cartões de crédito. Se quiser obter as moedas de outro usuário, é ainda mais simples: basta entrar em contato com a pessoa e negociar de carteira para carteira.

Assim que o crédito for confirmado, o usuário poderá colocar ordens de compra e venda no sistema da exchange, parecida com as transações do mercado financeiro. É nesse momento que a compra do bitcoin acontece.

Depois da compra, as moedas virtuais ficam depositadas numa espécie de carteira virtual na própria corretora, mas o usuário também pode transferir o valor para uma carteira digital do próprio computador ou até mesmo uma carteira “analógica”, que só existe no papel, por questão de segurança para o consumidor.

Com informações de O Dia