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14 jan, 2015

Falando sobre Processing

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A iniciação à programação pode ser um momento muito complexo, mas a quantidade de linguagens disponível no mercado, como C, C++, Python, Java, Ruby, entre outras, proporciona métodos para facilitar o aprendizado. A linguagem Processing possui um grande potencial a fim de facilitar a aprendizagem, pois permite que o iniciante possa desenvolver e ver seu código se “transformar” em imagens, textos personalizados, animações e jogos. Este texto apresenta a linguagem e os princípios do seu funcionamento.

Processing

LOGOO Processing é uma linguagem de programação que existe desde 2001, foi desenvolvida por Casey Reas e Ben Fry e é utilizada para desenvolvimento de artes visuais.

Ele possui um ambiente integrado para desenvolvimento de software também conhecido como IDE (Integrated Development Environment) para a execução do seu código. A IDE está disponível neste link com versões disponíveis para Windows, Linux e Mac OS X.

 

Como funciona?

Para compreender o que é o Processing e como ele funciona, deve-se ter o conhecimento de sua árvore genealógica. Segundo Casey Reas e Ben Fry, o “Processing é um dialeto de uma linguagem de programação chamado de Java; a sintaxe da linguagem é quase idêntica, mas o Processing adiciona recursos personalizados relacionados com gráficos e interação”. A figura 1 exibe a árvore genealógica do Processing, sendo o mesmo ponto central da ilustração.

Figura 1: Árvore genealógica.
Figura 1: Árvore genealógica.

 

Pode-se observar na figura 1 que o Processing está relacionado com PostScript e OpenGL, ambos utilizados para computação gráfica. Assim, compreender o Processing pode facilitar a compreensão de outras linguagens de programação, como Java, Android, Arduino, C e C++.

A linguagem segue alguns princípios para seu funcionamento. São necessários dois métodos: o void setup(), utilizado na execução do script, e o void draw(), responsável pela repetição do código. Devido ao fato de função draw() ser um laço de repetição, também é possível o desenvolvimento de jogos, como o Mario em 2D da figura 2.

Figura 2: Mario em 2D.
Figura 2: Mario em 2D.

Para desenhar no Processing, o desenvolvedor precisa definir o tamanho da tela que será utilizada no trabalho usando a função size(), e definir a altura e a largura da tela. Essa tela funciona como uma tabela que permite ao desenvolvedor dar as coordenadas para desenhar. A figura 3 demonstra uma linha no Processing – é necessário definir, por meio de coordenadas, onde será o ponto inicial correspondente ao ponto A da figura e ao ponto final B.

Figura 3: Desenhar uma linha.
Figura 3: Desenhar uma linha.

Para facilitar o trabalho do desenvolvedor, a linguagem disponibiliza algumas formas básicas para facilitar o processo de programação, como triângulo, quadrado, retângulo, elipse entre outros. A linguagem permite a entrada e a saída de dados – para a entrada de dados, o Processing disponibiliza 22 funções e nove variáveis do sistema, divididas em cinco categorias: mouse, teclado, arquivos, web e data e hora. A entrada de dados na linguagem pode fazer a leitura de bytes utilizando o Arduino, por exemplo, no projeto do Networked Cat que envia e-mails ao dono do gato quando ele deita em seu tapete para dormir.

Para a saída de dados, como nas funções de entrada, o Processing pode trabalhar com instruções de baixo nível. A saída de dados é dividida em três categorias: área de texto, imagem e arquivos.

O desenvolvimento de animações para web também é possível no Processing – juntamente com JavaScript e HTML, forma-se o Processing.js. O Processing.js é uma linguagem de programação visual, projetada para a web do Processing. A linguagem utiliza os padrões da web, sem necessitar de nenhum plug-in e podendo ser executada por qualquer navegador compatível com HTML5, incluindo as versões atuais de Firefox, Safari, Chrome, Opera e Internet Explorer.

Na página do site desenvolvida para apresentação do Processing.js, é preciso referenciar o arquivo .js e o .pde a ser convertido. O Processing.js converte o código do Processing em JavaScript, permitindo que o browser o reconheça e consiga interpretá-lo. A figura 4 exibe um exemplo. Deve-se ressaltar que ele pode trabalhar diretamente com o JavaScript.

Figura 4: Modelo de implementação do Processing.js.
Figura 4: Modelo de implementação do Processing.js.

 

O Processing também pode ser utilizado com facilidade para desenvolver aplicativos para dispositivos móveis com o sistema operacional Android. Para desenvolvimento no Android, podem ser utilizadas a IDE Eclipse e uma biblioteca denominada Processing.core. Disponível pela Processing.org, ela é adicionada às bibliotecas do projeto e funciona como um motor de jogo, com o objetivo de interpretar algumas funções pré-prontas nativas do Processing.

Percebe-se que são inúmeras as formas de aplicação do Processing, a quantidade de material e exemplos para estudos no próprio site dos criadores é uma das vantagens de utilizar a linguagem. Desde os primeiros passos à programação, é possível ver resultados que de certa forma animam o desenvolvedor a “soltar” sua criatividade – por mais que a linguagem seja simples, permite que o artista, o programador e o estudante criem projetos complexos.