Cloud Computing

14 dez, 2016

Arquitetura de microsserviços e cloud computing

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No artigo de hoje gostaria de mostrar um pouco da arquitetura de microsserviços utilizando uma estrutura em cloud computing. Veremos sobre esta estrutura e como podemos ter ganhos em diversos projetos.

Os microsserviços

Antes de mais nada é preciso entender alguns pontos-chave do conceito de microsserviços. Imagine um cenário onde você possui uma aplicação que deve suportar uma gama diferente de usuários que utilizam browsers desktop, mobile e alguns ainda utilizam sua aplicação através de um app nativo. Complicando um pouco mais esta aplicação possui uma API aberta para integração do seu sistema com outros sistemas (algo muito comum por exemplo, no facebook, google, twitter e etc).

Concordam que esta aplicação, sem nem mesmo falarmos das funcionalidades, teria um corpo complexo e demasiadas responsabilidades para conseguir gerenciar? Mas porque deixar isto tudo nas mãos de apenas um sistema?

Desde que comecei a aprender um pouco sobre orientações a objetos (há uns 8-9 anos atrás) comecei a relacionar sistemas como o próprio sistema orgânico. Ou seja, cada coisa deve ter sua responsabilidade específica e simples. Assim, ela pode exercer melhor e com mais desempenho sua determinada função.

Quando comecei a conhecer a arquitetura de microsserviços consegui enxergar perfeitamente esta organicidade no macro de um projeto. Poxa, porque um projeto com tantos requisitos e tantas responsabilidades precisam sem emaranhar em apenas uma estrutura monolítica gigantesca. Consegue imaginar a complexidade de códigos, classes que vão se desembrulhando para responder às regras exemplificadas acima?!

O conceito de microsserviços traz uma proposta simplicadora. Vamos reduzir este grande sistema em um sistema com N serviços auxiliares e específicos que serão responsáveis por cada regra. Um serviço responsável pelo tratamento de clientes, um pela comunicação da API que por sua vez trabalhará com um serviço que montará a interface para o usuário e assim por diante… Posso trazer mil analogias com o que vemos no mundo real em grandes organizações, orquestras, times e etc. Os microsserviços trabalham de forma grupal para trazer um resultado unificado.

Resultado disso tudo

  • Micro serviços devem ser considerados como sistemas relativamente pequenos assim temos maior simplicidade em entender seu código
  • Maior produtividade no desenvolvimento, desde o processamento de menos arquivos pela IDE de desenvolvimento até menor curva de aprendizado do serviço.
  • Facilidade ao escalar seu desenvolvimento. Já que estes serviços trabalham em paralelo é possível que diferentes times de desenvolvimento possam trabalhar e fazer o deploy de cada serviço de forma independente.
  • Atualizar apenas um serviço para novas tecnologias (como um novo framework, uma nova versão de PHP etc) se torna mais simples, rápido e menos custoso do que readaptar todo o sistema.

Onde o cloud computing entra nisso?

Com a separação de cada serviço, imagine estes serviços trabalhando em paralelo, cada um com sua própria instância e configuração ideal para o funcionamento mais otimizado possível do projeto. Cheguei apenas a esta lista de possibilidades:

  • Otimização de recursos: Você pode elevar ou descer recursos ajustando de acordo com a necessidade específica de cada serviço.
  • Otimização dos custos: Com a maior flexibilidade no ajuste dos recursos você notará que seus custos serão otimizados apenas para o que você realmente utiliza.
  • Otimização do sistema: Como cada instância é isolada você pode configurar o servidor de acordo com a necessidade específica do serviço em questão. Ex.: Você pode configurar um sistema de cacheamento para serviços que demandem informações estáticas, configurar um instância apenas com otimizações para bancos de dados.
  • Estabilidade do sistema: Se um serviço tiver um pico de uso, de memória por exemplo, por conta de um processo, um outro serviço não será penalizado por isto. O mesmo ocorre com o funcionamento do sistema, como um todo, se houver um deploy bugado de apenas um serviço.
  • Escalabilidade: É bem mais rápido e econômico escalar em diversas instâncias um único serviço que já não é suportado mais com apenas uma instância do que o sistema completo.

Como integrante da equipe de desenvolvimento da DialHost, vi e participei da implementação de alguns microsserviços em nossos projetos e conseguimos ver principalmente uma melhora grande na produtividade da equipe em manutenções e maior facilidade para resolver bugs que ocorriam. Conseguimos também dinamizar e escalar de forma mais eficiente ao utilizar nossa solução de cloud computing colocando apenas os recursos ideais para cada serviços que criamos.

Mas nem tudo são flores

A principal questão a se avaliar antes de seguir na arquitetura de microsserviços é que o time de desenvolvedores precisa ter o conhecimento para criar um sistema que funcione de forma distribuida. Como em um trabalho em equipe na vida real, se os serviços não trabalharem com sintonia seu sistema não funcionará. A equipe de desenvolvimento fica responsável por criar um mecanismo de comunicação entre estes serviços, afinal eles são serviços isolados que podem trabalhar em conjunto.

As principais IDEs do mercado hoje em dia ainda são focadas na criação de aplicações monolíticas. Assim, você não terá muito apoio destas ferramentas para a criação de aplicações distribuídas.

Por fim, se não for muito bem planejado o uso dos microsserviços pode ter um efeito reverso na otimização dos seus recursos. É preciso avaliar bem até que ponto você quer ou precisa separar um sistema em diversos microsserviços para que ele não acabe aumentando seu consumo de memória ou até mesmo processamento.