DevSecOps

27 set, 2013

Remédios para dores reais

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Vivemos a Era da Nuvem, da Computação Inteligente e Social, da Mobilidade, e do tão falado Big Data, que nada mais são do que evoluções em uma série de tecnologias já existentes e que ganham nova forma, roupagem e visibilidade ao provocarem rupturas, ou seja, mudanças significativas na forma como determinados processos ou tarefas eram desenvolvidos até então. Por isso as chamamos de tendências ou tecnologias disruptivas. Elas propiciam às empresas serem cada vez mais eficientes e produtivas para enfrentarem um mercado altamente competitivo no qual a ordem do dia é: inovar para crescer. O próprio Jack Welch tem uma frase muito interessante nesse sentido, na qual afirma que “quando o ritmo de mudança dentro da empresa for ultrapassado pelo ritmo da mudança fora dela, o fim está próximo”.

Por conta dessas transformações em curso na indústria de TI, o próprio perfil do CIO (Chief Information Officer) nas organizações mudou bastante ao longo dos últimos anos. Se antes o perfil era de um profissional muito técnico, alguém que conseguia decifrar os bits e bytes, hoje ele possui a função de estrategista, muito mais próximo ao CFO (Chief Financial Officer). Não é raro encontrar casos em que o CIO se reporte a ele.

O perfil técnico saiu de cena para a entrada de um profissional mobilizador e provocador do processo de mudança e inovação. O novo CIO é na verdade um grande gestor, que muito mais do que administrar seu parque tecnológico, deve se focar nas questões estratégicas, sempre alinhado aos objetivos de negócios da organização, de forma a fazer com que as constantes mudanças pelas quais ela passa não impactem na produção, na lucratividade e no retorno aos acionistas. Essas mudanças podem ser provocadas por agentes externos ou internos, desde novas regulamentações ou medidas impostas pelo governo ou pela matriz, até o lançamento de produtos ou serviços, aumento de capacidade de produção, abertura de novos mercados, entre outros fatores que podem causar prejuízos à companhia quando não é feito um planejamento adequado.

Com menos tempo e mais responsabilidades junto ao corpo diretivo da organização (muitos já fazem parte do Conselho de Administração de suas empresas), o CIO deve contar com parceiros que o apoiem no gerenciamento e modernização tanto do ambiente técnico (incluindo seu parque de computadores, servidores, dispositivos móveis e aplicações) quanto do suporte àqueles que são seus principais clientes: os usuários finais. As palavras-chave para garantir essa boa gestão são: disponibilidade e segurança. Um funcionário parado por 30 minutos devido a um problema na atualização do antivírus de sua máquina ou pela dificuldade em se conectar a uma conferência quando está trabalhando remotamente em outro estado ou país representa perdas financeiras. Imagine então uma equipe inteira parada por conta de algum problema desta natureza.

Ocorre que a TI passa por um processo de ‘commoditização’, não apenas no Brasil, mas mundialmente. Todas as empresas se autodenominam melhores em tudo, julgam possuir as soluções mais inovadoras e completas, com o melhor custo x benefício, e que salvarão a vida do CIO, trazendo de volta o ROI tão esperado e tudo mais que os contratos podem estabelecer em suas cláusulas, mas que poucos realmente conseguem entregar de fato no final do dia. There is no free lunch (não existe almoço grátis), como os americanos costumam dizer. Realmente, não existem milagres e a falta de entendimento nesse processo pode acarretar em erros na forma de contratação e, posteriormente, na entrega e qualidade dos serviços.

Sem entender a fundo as dores da empresa (veja, não as necessidades de TI) não é possível evoluir e agregar valor. Um problema logístico que poderia ser resolvido com uma gestão mais eficiente do parque de dispositivos que estão com as equipes de campo pode induzir à aquisição de um sistema complexo de milhares de dólares que não trará o benefício esperado mediante a expectativa criada. O trabalho de consultoria é fundamental antes de se pensar em qualquer projeto que envolva TI. Antes de tudo, é preciso mapear essas dores e, a partir de um diagnóstico preciso, aí sim escolher os melhores remédios, não apenas para combatê-las, mas sim para curá-las.