DevSecOps

11 jul, 2014

Posicionamento atual da TI: uma indústria que afeta todas as outras

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Vivo e trabalho em um mercado muito dinâmico. A tecnologia da informação é a única que abrange quase todos os setores da indústria, por isso as mudanças neste segmento implicam em reflexos para diversos profissionais, executivos e mercados. Olhando para algumas gerações anteriores, me pergunto como é que os seres humanos faziam negócios, comunicavam-se uns com os outros, faziam compras e iam do ponto A ao B? A tecnologia da informação é responsável por muitos avanços da História recente. É o motor da produtividade e do crescimento econômico. E é devido ao setor de TI, que somos capazes de medir melhor as coisas e compartilhar informações e boas práticas de forma mais ampla e rápida.

Como mencionado por Erik Brynjolfsson, diretor do Centro de Negócios Digitais do MIT, Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em uma apresentação, a produtividade é responsável pela prosperidade das nações, o sucesso competitivo das empresas e determina também padrões de vida. Erik salienta que, em média, empresas cujo setor de TI são mais ativos tornam-se mais produtivas. Por que isso acontece? Vamos usar a mega tendência da digitalização como exemplo. As empresas digitalizadas têm descoberto uma infinidade de benefícios relacionados ao custo e à eficiência. Avanços digitais, como softwares embarcados e as impressões em 3D, também estão sendo cada vez mais adotados pelas companhias. Já as lojas online mudaram drasticamente a forma como fazemos compras, o que nos permitiu aprender muito mais sobre determinado produto ou serviço antes mesmo de recebê-lo. Quando tomamos decisões mais bem informados, há uma melhora na economia como consequência.

A melhoria da tecnologia e das comunicações está, inclusive, quebrando barreiras internacionais e nos ajudando a negociar de forma mais eficaz. Hoje, todos os seus colegas de trabalho estão fisicamente em escritórios da empresa? Muitas vezes não. O próprio trabalho é agora algo que você faz, e não mais o lugar onde você está. A era digital tem desafiado os conceitos, também, do que é um escritório – um local físico. A forma com que nos relacionamos – e-mail , teleconferência, Skype – também está mudando nossa maneira de trabalhar e interagir.

Embora o advento da era digital tenha trazido uma série de mudanças positivas para a economia – o aumento da produtividade, a riqueza nacional e a competitividade –, existem alguns inconvenientes. Máquinas e ferramentas, que proporcionam às empresas a capacidade de fazer mais com menos, criam novos empregos, mas também são fontes de desempregos. A exclusão digital pode colocar as economias que ainda estão se desenvolvendo em desvantagem, distanciando-as do ritmo acelerado de adoção da tecnologia das economias avançadas. A internet dá poder aos civis para se levantarem contra governos opressivos e ao mesmo tempo muda a maneira como pensamos a privacidade, a segurança e as limitações que os governos e as organizações devem ter sobre as informações pessoais dos cidadãos.

Hoje, os recursos digitais também estão presentes em todos os aspectos ou setores de uma empresa. Produção, logística, processos administrativos e de vendas têm sido aprimorados por tecnologias há muitos anos; no entanto, agora mais do que nunca, os produtos e serviços que as empresas oferecem ao mercado estão cada vez mais ligados ao mundo digital. Indústrias de entretenimento, mídia e publicação foram abaladas por estes avanços. Com o progresso dos softwares embarcados e da análise de dados em tempo real, estamos notando a criação de uma infinidade de produtos inteligentes. De lâmpadas a motores a jato, de cestas de ovos a carros de auto-condução, observamos que o componente digital está se tornando cada vez mais importante e presente.

Além disso, a tendência da digitalização também está redefinindo a forma como as organizações idealizam produtos e os trazem para o dia a dia, dando origem a uma nova geração de empresas. Companhias como a Quirky, por exemplo, trazem produtos para o mercado por meio de uma abordagem de crowdsource, ou seja, um modelo de produção que utiliza a inteligência e os conhecimentos coletivos e voluntários, geralmente espalhados pela internet para resolver problemas, criar conteúdo e soluções ou desenvolver novas tecnologias, gerando fluxo de informações. Este modelo promove interação entre a comunidade online e sua própria equipe de design industrial. Na verdade, a abordagem da empresa para o desenvolvimento de produtos é tão única que chamou a atenção da General Electric. A GE concedeu à Quirky acesso à milhares de suas patentes. O objetivo é a criação de produtos novos e inovadores utilizando a abordagem comunitária da Quirky e o rápido processo de inserção no varejo.

A Square, empresa de pagamentos pelo celular (famosa por seu leitor de cartões que se conecta ao iPhone e liderada por Jack Dorsey, um dos criadores do Twitter), é um outro exemplo que pode substituir definitivamente a frase “o cheque está no correio” por “o dinheiro está no e-mail”. Em outubro do ano passado, a empresa lançou um serviço gratuito que permite enviar dinheiro para outra pessoa via e-mail, sem que haja login ou senha, sem a necessidade do uso de um software ou hardware ou mesmo de um sistema bancário de transferência pesado. A ferramenta é categoricamente uma forma clara e simples de transferir dinheiro entre indivíduos, exemplificando como uma empresa da era digital pode atuar com um produto totalmente digital, o que coloca as companhias tradicionais na defensiva.

Já dizia David Kirkpatrick em sua coluna na revista Forbes, no ano de 2011: “toda empresa é uma empresa de software”. As mudanças que estão ocorrendo hoje no setor de TI têm ganhado cada vez mais velocidade e posso dizer que, em geral, as inovações e eficiências adquiridas pela indústria na qual atuo estão definitivamente transformando todos os outros setores.