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1 jul, 2014

As oportunidades proporcionadas pelos wearable devices

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Os dispositivos vestíveis (wearable devices) começam a chamar atenção. Algumas estimativas apontam que em cerca de cinco anos pode chegar a ser um mercado global de mais de US$ 50 bilhões. Um sinal da importância do mercado é o crescente investimento de empresas de peso como Google, Apple e Samsung. Na verdade, eles não devem ser vistos apenas como curiosidades tecnológicas, mas como alavancadores de novos negócios e aceleradores de Big Data/analytics.

O volume de informações que os dispositivos vestíveis coletarão são imensos. Basta pensar um pouco e identificamos de imediato que eles não só rastreiam onde você está, mas também o que você está fazendo. Conseguem gerar muitas informações sobre como a pessoa interage com o ambiente à sua volta. É o nirvana para o marketing personalizado. Um dispositivo vestível pode coletar informações de onde você está, do que você está vendo (em caso de óculos) e, para uma empresa interessada em chamar sua atenção para algum produto, isso é absolutamente fantástico. Olhou por vários minutos um produto e não comprou… Opa, algo pode ser feito de imediato. Na prática, isso muda o conceito de você ver o mundo através dos seus óculos para o mundo ver você através desses mesmos óculos! Tudo isso, claro, abre uma longa e intensa discussão sobre questões de privacidade…

Além de alavancar o Big Data, eles dependem do conceito de nuvem, pois é impossível o dispositivo armazenar todas as informações que captura. Um método que provavelmente será bastante usado será o gadget as enviar para um smartphone ou tablet via Bluetooth e daí para uma nuvem.

Esses dispositivos também vão interagir com outros objetos, alavancando a Internet das Coisas. Imagine um par de óculos (talvez um Google Glass) que se conecte a seu laptop. Ao se aproximar dele, você já abrirá a tela, enviando a senha de acesso, e o bloqueará automaticamente ao se afastar dele.

Na área médica, um sensor acoplado à sua camisa monitora seu batimento cardíaco e alerta o seu médico em caso de arritmia. Um case interessante é o BodyGuardian, que coleta dados clínicos da pessoa permitindo um monitoramento remoto por parte do médico.

Entretanto, apesar de ilimitadas oportunidades, estamos ainda dando os primeiros passos. O Google Glass é um bom exemplo, mas seu uso ainda é muito restrito. Poucas áreas estão utilizando esses dispositivos e talvez o setor que mais os utilize seja o esportivo. A iniciativa FuelBand da Nike é um exemplo de sucesso.

Vamos usar o Google Glass como exemplo de iniciativa em dispositivos vestíveis. É diferente de um smartphone. Pode até usar muito da tecnologia do smartphone, mas é um aparelho bem diferente. Por isso não podemos considerá-lo e aos outros dispositivos vestíveis como substitutos dos smartphones, mas como equipamentos complementares.

Você usa um smartphone para postar um comentário no Facebook, acessar apps específicos e eventualmente pesquisar a Web. Não é isso que se espera de um usuário de um Glass. Inimaginável você ficar lendo mensagens de e-mail nos seus óculos… Sim, o Google Glass é um computador disfarçado de óculos com câmera e microfone. Ele vê o que você vê e ouve o que você ouve. Simples, mas na prática ele propõe uma nova forma de interação homem-máquina, mais intimista.

Um smartphone é visível a todos quando em uso, mas um Google Glass pode estar filmando você sem você saber, o que tem gerado inconvenientes sociais. Esses movimentos contra o uso do Google Glass têm gerado muita discussão e naturalmente reações do próprio Google. Ele também muda algumas regras de etiqueta social, e isso gera amplo debate e reações, como um restaurante proibindo seu uso.

Os desafios vão além das questões de privacidade – desenhar dispositivos vestíveis que realmente sejam usados, úteis e não intrusivos (um indivíduo usando um Google Glass como hoje ele é incomoda muita gente), e apps que sejam realmente inovadores. Um exemplo interessante de apps inovadoras vem da startup CloudOptic. Outro interessante é de outra startup, a FacialNetwork, que identifica criminosos sexuais, cujo vídeo demo está no YouTube. Algumas montadoras como a Hyundai estão lançando veículos com apps para Glass. Mas temos ainda um longo caminho pela frente… Por ouro lado, temos grandes oportunidades a explorar com os wearable devices.