DevSecOps

3 mai, 2013

O mundo está ficando pequeno demais para tanto lixo eletrônico!

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Caros leitores, este é meu 51º texto que escrevo no iMasters ao longo de sete anos.  Sou grato ao Paulo Rodrigo Teixeira (articulista) e ao Tiago Baeta (Diretor Executivo) pela chance que me deram. Confesso que aprendi muito nesses anos e ainda ganhei de presente a companhia de muitos leitores que passaram a me acompanhar. O saldo foi extremamente positivo. Valeu!

Hoje vamos tratar do lixo eletrônico, praga moderna que atrapalha a vida de todos e do planeta. Precisamos nos preparar para uma luta que está apenas se iniciando. Vamos lá….

O lado ruim do lixo eletrônico 

Diariamente constatamos o descarte inadequado do chamado lixo eletrônico (computadores, eletrônicos em geral, TVs etc.) pelas ruas da cidade. Máquinas de todos os tipos são encontradas jogadas em qualquer lugar, às vezes empilhadas formando uma pequena montanha de lixo e até jogadas em aterros sanitários.

Dados do Ministério do Meio Ambiente demonstram que, no Brasil, chega-se a 500 milhões de aparelhos sem uso em nossas casas. Hoje se calcula a produção de lixo eletrônico em torno de 50 milhões de toneladas por ano. A ONU prevê para 2015 a produção de 150 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano.

Acrescente aí a diminuição da vida útil dos aparelhos. Estudos mostram que um computador é trocado, em média, a cada dois anos e um celular em 22 meses, entre outros.

Um dos problemas do lixo eletrônico é que muitos equipamentos são nocivos à saúde, pois na sua composição existem grandes quantidades de metais pesados, como mercúrio e chumbo, e o descarte ou manuseio inadequado pode causar sérios problemas de saúde.

Dicas de descarte

O descarte de materiais eletrônicos não deve ser feito junto ao lixo domiciliar. O certo é levá-los às assistências técnicas ou organizações de reaproveitamento desse tipo de material. Uma boa dica é usar a assistência técnica do próprio fabricante como ponto de partida, pois geralmente elas indicam uma loja conveniada para coleta e muitas até pegam o produto em sua casa.

Veja o caso da Phillips: através de seus processos, ela chegou a coletar mais de 300 toneladas de produtos entre equipamentos, pilhas e baterias.  Sabemos que algumas redes de farmácia já aceitam pilhas, algumas lojas representantes de telefonia celular aceitam o aparelho usado, além de alguns bancos que possuem um “papa-pilhas” em suas agências, onde recebem celulares, baterias e cartuchos.

Algumas empresas como o grupo Pão de Açúcar e Extra e o banco Santander disponibilizam caixas de coletas de pilhas, baterias e celulares.  No caso do recolhimento dos eletrodomésticos, só temos as opções de chamar a Comlurb (telefone 1746) ou doar para sucateiros do seu bairro.

Existem empresas que reciclam folhas de papel usadas pelas impressoras, onde cartuchos usados viram matéria-prima, reaproveitam várias vezes a mesma embalagem de papelão e até documentam cada produto para saber como deve ser feito o processo de descarte de cada peça.

Placas de computadores que possuem em sua composição quantidades pequenas de materiais valiosos como platina, ouro e prata são descartadas simplesmente, muitas das vezes por ignorância, embora hoje já exista tecnologia para aproveitamento desse material.

O lado bom do lixo eletrônico

Um bom exemplo é o Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática (CEDIR) da USP, onde um grupo de catadores, além de aprenderem a desmontar computadores de forma a não se contaminarem, ainda aumentou sua renda vendendo peças separadas. Esse centro já doou e emprestou mais de 800 computadores reciclados para projetos sociais.

Um interessante trabalho é a Fabrica Verde no Complexo do Alemão, RJ. Ela forma jovens técnicos em informática que conseguem consertar computadores e distribuir entre ONGs, creches e associações de moradores. No Rio de Janeiro, ainda existem fábricas verdes na Rocinha, em um posto avançado da PUC e em breve uma no Salgueiro.

O que vem por aí

A Política Nacional de Resíduos Sólidos tornou a logística reversa uma obrigação para todas as empresas do país. Já existe uma regulamentação aprovada em 2010, a SLR, que visa à restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento no ciclo produtivo, ou para destinação final ambientalmente correta.

O governo e várias empresas ligadas ao mundo eletrônico, como fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, estão acordando um plano de reciclar ou dar destino correto a 17% (em peso) de todos os eletroeletrônicos vendidos no país. A previsão para 2018 é de 1,3 milhões de toneladas.

Conclusão

Precisamos de claras condições para o descarte e a conscientização dos consumidores quanto ao destino do lixo eletrônico. Caminhamos para a formação de uma cultura sobre o descarte de eletroeletrônicos, pois é crescente a demanda de consumidores que querem saber mais sobre esse assunto.

Não adianta as empresas recolherem material, nem existirem leis (3) que regulamentem a reciclagem se os consumidores não fizerem a sua parte, pois são eles que separam o lixo e fazem o descarte- sem eles a cadeia não funciona. Vamos participar mais, tenha consciência e exerça seu papel contribuindo para o bem estar de todos, opte pela saúde do planeta.

Ah! Uma dica: quer uma Lista de locais para descarte de lixo eletrônico em diversos estados? Acesse este link.

Bibliografia

  1. Blog de Andre Trigueiro –  http://g1.globo.com/platb/mundo-sustentavel/
  2. Textos sobre lixo eletrônico na Internet
  3. Lei 3.183/99, que estabelece normas e procedimentos para o serviço de coleta e disposição final de pilhas e baterias – Lei 4.191/03, que estabeleceu a Política Estadual de Resíduos Sólidos