DevSecOps

21 mar, 2014

Tecnologia como geradora de retorno ao negócio

Publicidade

É comum lermos artigos falando como uma área de TI (Tecnologia da Informação) de uma empresa pode ser a principal impulsionadora de crescimento e valor agregado ao negócio. Porém, infelizmente na maior parte das empresas, cuja empresa não tem como “objetivo fim” oferecer algum serviço de TI, possui grande dificuldade em conseguir atender todos os requisitos da demanda, em especial o prazo e o custo. É tão comum que tem virado motivo de piadas e charges na Internet.

Não entrarei nos méritos do “por que” isso acontece, pois não existe uma única resposta para esta pergunta e sim um conjunto de fatores envolvendo processos, maturidade, pessoas, gestão, entre outros – o que tornaria a leitura cansativa e não conclusiva. Meu foco neste artigo é como conseguir dar dicas para que TI não seja vista como “gargalo” da empresa.

Então quais alternativas existiriam para sair desse labirinto? Seguem as três dicas mais impactantes para que TI possa ser vista como área potencial para gerar diferenciais:

1. Entenda o objetivo raiz da demanda:

O primeiro passo é entender o objetivo raiz da demanda e o seu contexto, como auxílio pode-se responder as seguintes perguntas:

  • O que a empresa pretende ganhar após a implementação daquele projeto?
  • Quais problemas ela pretende resolver?
  • Qual perfil das pessoas envolvidas?

As respostas das perguntas acima citadas são cruciais para que a área de TI pense nas alternativas de soluções para alcançar e talvez superar o objetivo proposto.

Cotidianamente, me deparo com situações em que um time de TI foca o projeto nos detalhes do “como”, ao invés de focar no “o que”. Como consequência existe um distanciamento entre a equipe de TI e as equipes de negócios.

Equipes de TI tentam justificar a melhor solução ou a “não solução” com termos técnicos, explicações sobre funcionamentos de tecnologias e argumentos não conclusivos que não solucionam o objetivo principal da demanda, transparecendo uma falta de preocupação genuína nas metas das outras áreas.

A melhor estratégia seria, após entender os objetivos da demanda, pensar em alternativas do que fazer, tendo em mente uma possível mescla de tecnologia entre sistemas, servidores, cloud, outsourcing, etc… Enfim, todo arsenal que possuímos hoje.

As tecnologias que existem hoje tem grande vantagem de serem combinadas de maneiras diferentes, criando um grande espaço para alcançar ótimos resultados com risco baixo.

O papel da área de TI, que infelizmente na maior parte das vezes não faz o seu papel (existem exceções, é claro; e espero que você seja uma delas), é passar o dia resolvendo emergências e atividades urgentes, porém não importantes a médio e longo prazo para o negócio. Enquanto isso, as áreas de negócios sentem-se na obrigação de irem ao mercado verificar soluções que atendam a sua necessidade, enquanto possuem grandes especialistas, que com foco adequado poderiam agregar muito o negócio da empresa.

É fundamental que a equipe de TI se organize de uma maneira que tenha um espaço dedicado para os projetos de melhoria, não ficando única e exclusivamente com as operações do dia-dia, que na maior parte das vezes são incêndios a serem apagados. Sem isso, não poderá mostrar valor agregado ao negócio em que trabalha.

2. Mostre as vantagens e desvantagens de cada tecnologia com o mínimo de informação técnica e mais benefícios:

Tendo sempre como foco o objetivo do projeto em vista, apresente todas as alternativas de implementação junto com uma explicação da vantagem e desvantagem de cada caso, tais como: velocidade de implantação, riscos em médio prazo, velocidade no retorno do investimento… As informações têm que ser suficientes para tomada de decisão, sendo equivalente à importância do projeto.

Somente após a decisão de qual estratégia seguir é que a equipe de TI poderá entrar mais a fundo em como implementar.

3. Meça o retorno dos projetos e priorize os que trarão mais impacto ao negócio:

Estas ações ajudarão no curto prazo em um melhor alinhamento nas decisões estratégicas da empresa que envolvem tecnologia, porém não resolverão no médio prazo caso a área de TI não meça o retorno dos projetos e tenha um comprometimento com o mesmo.

O comprometimento, para ser realmente verdadeiro (e transparecer para toda a empresa), pode acarretar até mesmo em abrir mão de projetos internos da própria área de TI em detrimento a projetos maiores, com maior potencial de retorno para empresa.

Assim como cita Peter Drucker “se você não pode medir, você não pode gerenciar”, é importante que a área de TI possua indicadores que extrapolem os indicadores da própria área. Além dos indicadores tradicionais de TI, como: estabilidade dos serviços, velocidade no uso dos servidores, entre outros… Ter indicadores com ligação direta à estratégia do negócio da empresa, como: “aumento de produtividade de uma determinada área”, “aumento satisfação de clientes”… Todos os indicadores precisam ter uma relação direta com projetos na área de TI.

Para assuntos mais difíceis de medir retorno, como mudança de um Firewall, pode-se associar a alguma funcionalidade que o produto tem, que possa gerar retorno para a empresa ou uma redução de risco financeiro futuro.

Os indicadores, se bem alinhados com a equipe de TI e toda a empresa, serão uma ótima ferramenta para mostrar para o valor agregado de TI e, principalmente, aproximar à equipe de TI as demais áreas.

As três dicas acima consistem em ações que na maior parte dos casos fazem parte também de boas práticas de outras metodologias no mercado, porém a maior mudança que pode ser feita é de comportamento da equipe de TI, compreendendo que seu objetivo é gerar mudança, valor agregado, retorno para empresa, não apenas manter o que existe. A partir desse momento, as demais áreas verão TI com uma visão diferente da atual, passando a envolver mais nas decisões estratégicas deixando de ser vista como “gargalo” e passando a ser vista como uma área que pode gerar um grande diferencial para empresa.