Carreira Dev

8 abr, 2013

O Vale do Silício é um estado mental

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Steve Blank, um empreendedor que aterrissou no sul da baía de São Francisco no final dos anos 70 durante o boom das empresas dali, disse certa vez talvez a melhor definição do vale que ele viu crescer. “O Vale do Silício é mais um estado mental do que uma localização física“.

Coluna-Depizzol

Não há fronteiras nem placas que apontem para onde ele começa ou termina. É um embaçado de cidades, que do alto se parecem com qualquer outro subúrbio americano, e não existem grandes monumentos nem visitas guiadas pelas empresas que o tornaram famoso.

Se você der um close-up, no entanto, vai provavelmente começar a notar algumas poucas diferenças. Jaquetas e crachás da Apple ou do Github acompanhando seus donos na rua, pessoas acessando o TechCrunch enquanto esperam o trem chegar ou um ônibus todo branco que cruza a esquina, só com as inscrições “GBUS TO MTV” — o Google Bus, que carrega seus funcionários lá para Mountain View.

Mas não são esses detalhes que fazem do vale o que ele de fato é. E nem os outdoors da Mozilla que dão as boas-vindas no aeroporto. O que define o Vale do Silício são as pessoas e as suas interações ali.

Com muita gente altamente capacitada, com uma mentalidade aberta, trabalhando num ritmo maluco e decidida a mudar o mundo, é fácil imaginar quão importantes são as interações pessoais e profissionais. Também, pudera. Elas fazem com que ideias surjam, projetos sejam lançados no prazo e, principalmente, permitem que todo o tempo seja, na verdade, um grande aprendizado.

Mas isso não é, nem de longe, exclusividade do Vale do Silício, se considerarmos que quase 80% dos investimentos americanos em start-ups de 2011 não foram para a Califórnia. E que Londres tem o seu SiliconRoundabout, Berlim já é chamada de Vale do Silício europeu, e Nova Iorque conta com sua SiliconAlley. No Brasil mesmo existe uma disputa para ver quem fica com o título de “Vale do Silício brasileiro” — com Recife, Rio, São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis e São José dos Campos na lista.

A verdade é que o nome mesmo não importa. O Vale do Silício, como um estado mental, não depende de rótulos, e não acontece só nesse canto ensolarado da Califórnia.

Gente inteligente e boas ideias existem em todos os lugares: não é preciso estar no Vale do Silício para interagir com pessoas sagazes, trabalhar duro, mudar o mundo e fazer tudo isso ser um grande aprendizado.

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Esta entrevista foi publicado originalmente na Revista iMastersAcesse e leia todo o conteúdo.