Design & UX

18 abr, 2016

Os perigos de validar seu layout apenas com outros designers

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Já percebeu como nós, designers, temos o hábito de validar nosso trabalho com outros designers? Isso é algo que a psicologia chama de viés de confirmação, ou viés confirmatório.

A grosso modo, o viés de confirmação explica a tendência de nos rodearmos de pessoas que pensam como nós. Isso cria, no entanto, um filtro de realidade distorcido, pois buscamos seletivamente o que está em conformidade com nossa opinião preexistente.

O problema é que criar um produto encantador não está ligado às últimas tendências e vertentes do design, mas à maneira como nosso usuário vai interagir com ele, além de sua experiência de uso. Ao projetar um produto, temos que compreender o cenário em que se insere o usuário, suas necessidades, motivações e desejos.

Diversas ferramentas e metodologias nos ajudam a desenhar produtos centrados no usuário, como, por exemplo, card sorting, personas, entrevistas com usuários, entre outros. Elas estão aí para lembrar que não devemos basear soluções em teorias e crenças.

Questão de opinião

Nossa opinião é formada a partir de experiências do dia a dia — nós cuidadosamente observamos as opções possíveis e chegamos a uma conclusão que nos pareça satisfatória.

Uma vez que uma opinião é formada, porém, relutamos para mudá-la. O ser humano sempre quer estar certo, e isso acaba nos levando a uma zona de conforto em que sempre repetimos o que nós mesmos ou outras pessoas já fizeram antes, esquecendo os anseios do usuário, que é nosso consumidor final.

Mudar uma opinião já formada na maioria das vezes nos parece algo negativo. Muitas vezes, nós mesmos não temos confiança para mudar algo com que já nos habituamos.

Mudar de opinião não apenas é permitido, como muito positivo para nosso trabalho. Sempre podemos usar novos dados e informações para defender esse processo.

Portanto, designers, tenham prudência com o viés confirmatório: por mais que seu produto pareça impecável, ele pode não ser bem aceito pelos seus usuários. Tenha sempre em mente para quem você está desenvolvendo seu produto, e como eles vão interagir com ele.

Teste seus protótipos com pessoas reais que utilizarão seu produto, e, o mais importante, tenha a mente aberta para aceitar que as pessoas pensam diferente de você. Não há nada de errado nisso.