Design & UX

15 jan, 2015

Como o Google Material vai mudar o trabalho dos designers

Publicidade

Uma das grandes novidades do Google I/O este ano foi o lançamento do Material Design, a nova guideline de design do Google, que promove um layout baseado no conceito de profundidade e 3D. Mas não é só aí que está a inovação. O diferencial deste design é a funcionalidade e a preocupação com o usuário. Acho que já ficou claro que não adianta algo ser bonito e não ser funcional, ou vice-versa, e o Google conseguiu encontrar esse equilíbrio.

Na minha opinião, o formato é realmente brilhante: uma linha tênue entre beleza e “breguisse”, que funciona. A ideia, apresentada pelo vice-presidente de Design do Google, Matias Duarte, é criar experiências parecidas com as que temos com objetos reais. Este é o primeiro princípio da guideline, mostrado no próprio site de introdução, “material is the metaphor”. O Google quer que a visualização seja quase física, real, material. O segundo princípio é o “bold, graphic, intentional”, com o qual o Google quer dizer que tudo o que forma um design, como a tipografia, as cores, os espaços em branco etc devem ser pensados não só para agradar a visão, mas para submergir o usuário na experiência. Por fim, o terceiro princípio, “motion provides meaning”, que significa que os movimentos devem ser significativos, pois cada ação reflete em todo o ambiente. Por isso, as transições devem ser eficientes e coerentes.

MaterialDesignPrinciples

Simplificando: a tipografia é feita para que tudo possa ser lido confortavelmente em qualquer dispositivo; as animações fazem com que as funções sejam mais intuitivas, enquanto o conteúdo se ajusta automaticamente ao tamanho da tela. Tudo pensado de acordo com o a experiência do usuário e a usabilidade.

Citando Kelsey Campbell-Dollaghan, do GizModo Brasil, pense como se o Google fosse um ambiente de videogames. Você precisa de pessoas, árvores e objetos, mas precisa também das leis da física para ditar como essas coisas vão agir. O material design é essa lei da gravidade. Enquanto o Google constrói relógios, carros e robôs, o Material Design vai manter tudo isso no chão. Ou seja, criar uma guideline que prevê o espaço em diversas formas e tamanhos, para diferentes devices, é fundamental para criar novas apps.

material-design

Os designers são conhecidos por muitas funções: designer de produtos (físicos), designer de imagens, designer de interfaces web, designer gráfico, designer mobile etc. E então surgiu uma nova carreira: UX (user experience), que muitos ainda confundem com UI (user interface). De fato, as duas coisas são interligadas, porém um não pode ser feito sem o outro e cada um tem seu próprio mérito.

O trabalho do UX (profissional de user experience ou experiência do usuário) é entender, criar e descrever o melhor fluxo para as coisas funcionarem e, em geral, nas empresas que já possuem essa estrutura. Por sua vez, o responsável por UI (profissional de user interface ou interface de usuários) recebe os wireframes ou mockups desenhados pelo UXer para trabalhar a partir daí.

UX-x-UI

Hoje, vejo Matias Duarte conseguindo iniciar uma mudança para os designers de interface web e mobile, pois com esta nova guideline não basta você pensar em telas bonitas. Por meio do Material Design, o Google junta o melhor de dois mundos, fazendo com que tenhamos que pensar em formas de fazer um design bonito funcionar em um fluxo objetivo e simples. Uma mudança que já era bastante necessária e que impacta a forma como todos os designers devem trabalhar. O futuro do design está não só na beleza estática, mas também no dinâmico. Vamos nos atualizar!

Se você quiser saber mais sobre o Material Design, pode ler esse manifesto oficial do Google ou assistir a este vídeo do Google I/O, no qual Matias Duarte apresenta a nova diretriz. E se tiver algum comentário ou sugestão é só aproveitar o campo abaixo!