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12 mai, 2015

Vale a pena investir em apps offline?

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Durante muitos anos, foram desenvolvidas tecnologias para que todos os aparelhos tivessem acesso à Internet, seja por banda larga ou Wi-Fi. Contudo, a infraestrutura não acompanhou essa tendência, e a rede mundial de computadores ainda não está disponível em todos os lugares o tempo todo. Por isso, as empresas têm investido em criar aplicativos que funcionem offline.

Uma pesquisa realizada pela Teleco e pela Embratel, denominada “Conectividade das Empresas do Brasil”, mostra que cerca de 70% das organizações com mais de cem funcionários contam com celulares e smartphones corporativos. Esses aparelhos são utilizados para melhorar a comunicação com clientes, entre os colaboradores e também para reduzir custos. O estudo aponta ainda que 41% das companhias contratam também plano de dados. Mas é sabido que não se pode contar com a Internet o tempo todo.

Nesse cenário, a melhor opção é possuir sistemas que trabalhem sem o apoio da web e sejam atualizados quando o acesso for retomado. Os profissionais que utilizam dispositivos móveis em campo, por exemplo, não podem contar com Internet em todos os lugares onde precisam estar, por isso se beneficiam dos apps que funcionam sem esse recurso.

Outro segmento que tem boas chances de se dar bem é o mobile commerce. Ter um aplicativo da loja virtual funcionando offline certamente é um grande diferencial para as organizações. Imagine que um consumidor sem Internet poder acessar o estoque de produtos e efetuar compras. Certamente haveria um aumento das vendas.

Mas não são apenas as empresas que se beneficiam dos apps offline. Também existem alguns bem legais, utilizados no dia a dia, disponíveis nas lojas virtuais, como os de mapas, tradução de palavras, roteiros/dicas para viagens, entre outros.

Não há como negar que vivemos a era dos aplicativos. Atualmente, existem mais de 1,8 milhão disponíveis em todo o mundo e para os mais diversos perfis de usuários. É possível fazer quase tudo: se comunicar com qualquer pessoa, trabalhar, organizar as finanças, se localizar e solicitar serviços (só para citar algumas funções). E os que atendem às necessidades mais simples são os que mais atraem usuários. Uma pesquisa realizada pela Nielsen Analytics mostra que os apps de utilidade e produtividade cresceram cerca de 150% no último ano.

Por isso, as empresas devem se preparar e investir nas novas tendências para não perder espaço. Mobilidade, aplicativos e gerenciamento de dispositivos móveis precisam ser avaliados e inseridos na rotina das organizações. Mas sem se esquecer de realizar uma boa avaliação para entender qual a melhor forma de implementar essas tecnologias com base no perfil da companhia.

A Internet está muito presente, mas não o tempo todo. E acompanhando as notícias sobre o desenvolvimento da infraestrutura de telecomunicações no Brasil, é fácil concluir que isso não acontecerá em um futuro próximo. Por isso, o offline é tão importante.

E se todos esses argumentos não foram suficientes para mostrar a importância de adotar os sistemas offline, este dado certamente irá convencer: um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que a cada 1% a mais na proporção dos investimentos feitos em tecnologia é possível aumentar em 7% o lucro das companhias em um intervalo de dois anos. A pesquisa foi realizada com organizações que atuam no setor de indústria/manufatura e possuem capital aberto, mas esse contexto se aplica a empresas de outras áreas.

É claro que tecnologia não é apenas mobilidade, mas esse mercado só tende a crescer e sua fatia de investimentos será cada vez maior. Não é a toa que a recomendação da IDC é que as empresas de TI invistam pelo menos 25% de seus orçamentos de software no desenvolvimento de aplicativos, implantação e gerenciamento orientado ao mundo móvel, a partir de 2017. Mas por que esperar até lá? Quanto antes ingressar nesse mundo, melhor.