Desenvolvimento

5 mai, 2015

O custo do monitoramento – ainda com a ferramenta errada

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Este artigo é uma continuação do anterior, que pode ser visto neste link.

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A empresa queria expandir o monitoramento com sua solução atual para cada dispositivo na empresa (cerca de 10.000 sistemas) – uma tarefa que teria exigido US$ 2 milhões adicionais em licenças extras e teria aumentado a manutenção anual para US$ 1 milhão.

Vi a questão como um assunto de primeira ordem, fazer a empresa parar de usar essa ferramenta cara de comprar e cara de manter, como manteiga de amendoim – distribuindo-a em todos os cantos da empresa. Para aquelas tarefas que precisavam estar em toda parte (ping, monitoramento de hardware simples etc.), precisávamos de uma ferramenta mais barata que poderia encaminhar o problema sem deixar a empresa sem caixa.

Avaliamos seis alternativas, de fornecedores tradicionais e de código-fonte aberto. Descobrimos que apenas uma empresa apresentou uma solução abaixo de US$ 800.000: a SolarWinds. E não só isso: na maioria dos casos, dois módulos da SolarWinds (o Network Performance Monitor e o Server & Application Monitor) abrangiam mais recursos do que a concorrência. Mas a parte mais interessante foi o preço: o preço de compra por um ano seria menor do que 10% do custo para implementar uma solução com o fornecedor atual. A manutenção seria de cerca de 6% do custo previsto, se mantivéssemos a solução atual.

Esses números chamaram a atenção do CIO e da equipe de compras. O grupo de monitoramento nos perguntou várias vezes se tínhamos, por acaso, avaliado as ferramentas erradas, se estávamos solicitando o número errado de licenças (estávamos solicitando a opção “ilimitada”, de modo que não era o caso), se tínhamos entendido mal a cotação do fornecedor. Eles não conseguiam entender como o preço da SolarWinds era tão baixo. Finalmente, tivemos que ser francos com eles: “Talvez este seja o preço normal, e vocês se acostumaram a pagar mais caro pelas coisas todo esse tempo?”.

Depois que conseguimos garantir a todo mundo que o negócio era real e não havia truques, o CIO fez o que as empresas presas na mentalidade “leilão de dólar” nunca conseguem fazer: anunciou que chegara a hora de mudar. Como os termos de licenciamento da ferramenta antiga eram muito restritivos, teríamos que fazer a transição para a SolarWinds em todo o monitoramento “de base” – disponibilidade, hardware e aplicativo – e buscar outras ferramentas para usar nas áreas de nicho, seja no monitoramento da experiência do usuário em tempo real, seja em aplicativos de arquitetura fechada ou outras finalidades especiais.

A instalação e a migração foram realizadas, não por uma equipe de contratados durante 18 meses (que é o que a ferramenta anterior tinha exigido), mas pela equipe atual, juntamente com suas tarefas diárias no sistema antigo, em apenas seis meses.

No dia em que ativamos o monitoramento, estava funcionando melhor do que o sistema antigo – disponibilidade e hardware para 10 mil sistemas, além do monitoramento de link WAN e muito mais. Nos primeiros três meses, nossa equipe conseguiu desenvolver monitores que os proprietários dos aplicativos e servidores vinham solicitando havia anos.

O monitoramento tornou-se um espaço extremamente especializado. Você não pode monitorar sua infraestrutura de virtualização da mesma forma que você monitora um roteador. Os balanceadores de carga exigem um conjunto diferente de métricas da matriz de armazenamento. Tentar usar uma ferramenta que não foi projetada para a tarefa, ou que não se manteve com o tempo, não é apenas uma questão de “fazer com o que você tem” e chamar isso de “ter consciência do orçamento”. Na verdade, fazer isso pode custar – e para este cliente REALMENTE custou – muito dinheiro para a empresa, além de não fornecer a funcionalidade necessária.