Banco de Dados

10 mar, 2015

Bancos de dados e o mundo corporativo

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Nos últimos 20 anos, a tecnologia que liderou o mercado de armazenamento de dados foi provavelmente a dos SGBDs relacionais, que são largamente utilizados no mundo corporativo. Muito dinheiro já foi e continua sendo investido nesta tecnologia, até porque ela possui características essenciais para a realização de transações comerciais. Portanto, não há surpresa alguma de ser a queridinha do mundo corporativo.

Não há nenhum sinal de que os SGBDs relacionais percam este status de tecnologia de gerenciamento de dados mais usada no mundo. Quem investe em tecnologia de informação são empresas que querem lucro. E, se tratando de lidar com aspectos importantes do mundo dos negócios (leia-se: dinheiro), hoje não há nada que supere os bancos de dados relacionais.

Não se trata de ser “velha-guarda” ou “modernoso”. Trata-se de ajudar seus clientes e/ou empregadores a ganharem dinheiro com o investimento que estão fazendo. Capitalismo puro, é verdade. Mas caso esta não seja sua praia, você tem a opção de estudar TI e ir trabalhar na Coréia do Norte, por exemplo. Gosto é gosto. Não se discute.

Isto posto, avaliando a situação com imparcialidade (TI não tem lugar para torcedores), temos que admitir que os SGBDs relacionais deixam lacunas em vários tipos de aplicação que hoje são essenciais para estas mesmas empresas.

Não me lembro de outro momento da história de TI em que o mercado oferecesse tantos novos gerenciadores de dados como temos hoje. Hoje temos SGBDs para lidar com relacionamentos entre entidades (como os SGBDs de grafos), com grandes volumes de dados desestruturados (caso dos NOSQL), com dados geográficos (nos GIS), análise de dados (bases multidimensionais) e mais um sem número de soluções.

Eu considero que isso é muito bom, porque nenhuma das tecnologias citadas aqui consegue solucionar sozinha todas as necessidades das empresas. Porém, eu entendo que nós, como divulgadores das tecnologias, temos uma missão importante neste novo cenário que está se formando.

Como eu disse, empresas investem em TI para ter lucro. Cabe a nós:

  • Entendermos as necessidades e a cultura da empresa
  • Orientarmos estas empresas sobre o potencial e as limitações de cada tecnologia

Isso é o que difere o divulgador de tecnologia do aventureiro. E eu tenho visto muito da velha lengalenga da tecnologia “bala de prata”, aquela que resolve todos os problemas. Empurrar uma tecnologia para uma necessidade que ela não atende significa, em longo prazo, queimá-la.

Outro ponto fundamental: nosso trabalho não se resume a conhecer aspectos técnicos. Temos que conhecer a cultura dos nossos clientes/empregadores. Um cliente que tem um servidor rodando uma ou duas aplicações tem uma realidade. E outro cliente que tem centenas de aplicações rodando 24×7, segregação de ambientes de produção, qualidade e desenvolvimento e que passa por auditorias para atender leis como a SOX, por exemplo, vive outra realidade completamente diferente.

Apresentar soluções muito sofisticadas para uma empresa de pequeno porte é um desrespeito à cultura desta empresa. Assim como é praticamente amadorismo oferecer para grandes corporações “soluções” que não consideram processos auditáveis, gerenciamento de mudanças na infraestrutura e sistemas de TI e/ou segregação de ambientes de produção/testes/desenvolvimento.

Nós temos que ter a humildade de entender estas questões técnicas e corporativas, e ajudar nossos contratantes a terem bons retornos em seus investimentos em TI. No final de todas as contas, é esta a nossa missão.

Até a próxima!