APIs e Microsserviços

19 ago, 2015

Diferencie sua API com um programa de parceiros

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O que é um parceiro?

Se você tivesse que definir parceiro, como faria? Imagino que você pensaria na troca de benefícios úteis para sua empresa. Porém, como tudo na vida, depende. Depende de contexto, de cenário…

Começando com um exemplo esdrúxulo, parceiro pode ser uma forma de tratamento para alguém que você não conhece. Algo como “Tudo bem com você, parceiro?”, ou na forma mais popular hoje em dia, “Qual é, parça?” Porém, se você está lendo esse texto, tenho bastante convicção que não é esse o tipo de parceiro que você procura.

Provavelmente, o que você está procurando mesmo são interessados em compartilhar objetivos de negócio ou trocar algum tipo de benefício mutuamente vantajoso para todas as partes envolvidas. Ainda mais do que isso, você não quer qualquer parceiro. Você quer aquele que usufrua de um benefício sendo entregue por você, e em troca, você recebe novos parceiros e ganha dinheiro através das transações criadas por esses parceiros.

Acertei?

Como você deve saber, esse é um tipo de parceria muito comum em Negócios Digitais, como os marketplaces, por exemplo. Ou então em programas de afiliados, uma das formas mais antigas de se ganhar dinheiro na Internet. Até hoje, esse é um dos assuntos que mais geram cliques e anúncios no Google.

Até tipos bem diversos de SaaS aproveitam essa estratégia, incentivando clientes a recomendarem o serviço para amigos em troca de alguns benefícios, features ou mais tempo de uso gratuito da ferramenta em questão.

Essa foi uma das estratégias usadas pelo Dropbox, e hoje sabemos a gigante que essa empresa é.

Então, cadê a novidade?

Se é tudo tão tradicional e mainstream, cadê a novidade? A resposta são as APIs.

Deixando de lado toda a parte técnica envolvida, API é uma estratégia de negócio. Crie uma e você terá um novo produto, com potencial de trazer novos fluxos de renda que você não havia imaginado antes.

Na breve análise de cenário envolvendo parceiros, que construí acima, APIs fazem tanto sentido que sem ela, seu trabalho ao integrar parceiros se torna um verdadeiro fardo.

Repito: como integrar um parceiro ao seu backend, sem usar API? Pense quando você tem um parceiro novo querendo acessar seu backend para colocar produtos no seu marketplace ou usando sua solução de pagamentos ou simplesmente sendo um dos que mais acessam seus dados. Você conseguiria colocar rapidamente esses novos parceiros para dentro do backend? Como detectar quais são os melhores desenvolvedores, quais integrações são as mais vantajosas, como reconhecer os melhores parceiros? Sim, meu caro, em cada uma dessas perguntas, você está deve ler API como resposta.

A API vai permitir que você crie um acesso direto e controlado ao seu backend. Direto, de modo a facilitar novas integrações, e colocar parceiros para dentro em questão de dias e horas, e não semanas. E controlado, potencializando sua capacidade de ver quem usa mais sua API, de que formas e com mais amor e carinho para com a API.

Isso sem falar das vantagens de segurança, documentação, suporte etc., as quais você pode conhecer mais com o e-book “Blocos de Construção”.

O caso do Uber

É bem comum que algumas APIs tenham sistemas de parceiros, reconhecendo aqueles desenvolvedores e aplicações que usam a API com mais afinco e criatividade, trazendo tanto vantagens para si próprio, como para a empresa que está expondo a API.

Os dois jeitos mais comuns de fazer esse reconhecimento é com Galeria de Apps e Cases de Sucesso. Por exemplo, veja a Galeria do Evernote e os cases do Youtube.

Porém, também é legal falar de um caso bem diferente e recente: a API do Uber e seu programa de parceiros.

Como o Kleber falou, o Uber lançou uma política de remuneração para os desenvolvedores de aplicações que atraíssem mais novos usuários da ferramenta. Cada novo usuário rende US$ 5 para o criador da aplicação e o dinheiro é retornável a partir de US$ 250. Juntando a soma de US$ 5.000 (mil novos usuários), o desenvolvedor precisa se tornar um parceiro oficial do Uber.

Essa medida cria duas camadas claras de parceria. A primeira é composta por qualquer pessoa interessada em criar um app usando a API do Uber (desde que você seja desenvolvedor nos EUA). Se você conseguir mais usuários, bom para o Uber, bom para você.

A segunda camada é feita de parceiros oficiais, que contam com benefícios exclusivos em relação à API. Os desenvolvedores mais bem sucedidos nesse programa serão “promovidos” a oficiais.

Ao mesmo tempo, a estratégia está totalmente de acordo com tudo que eu falei no começo do artigo: essa é uma estratégia de negócios. Novos usuários chegam e o Uber se consolida cada vez mais como líder desse mercado crescente.

Bem esperto, não?

Ao aproximar uma estratégia antiga de programa de afiliados à sua estratégia de negócios através da API, o Uber criou umnovo fluxo de renda e de usuários. O dev que já estava pensando em criar um app com a API do Uber agora vai desistir? E quantos novos interessados surgiram, da noite para o dia?

Incrível!