APIs e Microsserviços

30 jul, 2015

As APIs no mercado de mídia e entretenimento – Parte 1: ESPN

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O mercado de mídia e entretenimento é uma fonte de dados natural, e portanto, um mar de de oportunidades para nossas queridas APIs. Hoje, daremos início a uma série de artigos sobre experiências vividas por grandes players de mídia do mercado e iremos dar uma olhada em como utilizam APIs. Vamos começar com o caso da ESPN.

Em março de 2012, a ESPN Internacional lançou algumas APIs para consumo de informações geradas por seus jornalistas de notícias, contendo dados de atletas, áudio, calendário, feed de notícias e até mesmo o draft da NFL. Era um prato cheio para criação de apps voltadas aos fãs de esporte.

Primeiramente, estas APIs foram expostas para que qualquer um conseguisse utilizar e conseguir as notícias desejadas, tanto que foram criados mashups bem legais com base na API da ESPN (veja também alguns mashups do Evernote). Uma API aberta desta maneira ajuda a disseminar as informações de uma maneira muito rápida e para quem vive de informações, este tipo de ação é excelente. Para a ESPN, gerou alguns problemas.

Segundo o site da ESPN, em seu comunicado oficial, as APIs foram fechadas, pois a sua estrutura não estava conseguindo dar o suporte necessário para todos os usuários, devido ao grande volume de uso. Porém, em discussão na Hacker News, Andy Thurai postulou que o real motivo para o fechamento das APIs foi exatamente a concorrência gerada a partir da própria exposição.

Ou seja, sem uma estratégia de monetização e suporte para sua API, a ESPN estava perdendo acessos ao seu site e não estava ganhando nada com isso. Como o site é uma fonte de renda através de anúncios, o elo fraco deles ficava na API, que foi fechada.

Com essa visão de perda de acessos e sabendo que esse volume orgânico de pessoas perdido em seu próprio site estava acontecendo para muitos tipos de mídias externas, a ESPN resolveu abrir sua API apenas para parceiros que tragam algum tipo de benefício para a marca. Hoje, eles possuem alguns parceiros como IFTTT, Pulse e Foursquare.

Neste caso em específico, a ESPN teve um grande aprendizado com a utilização de APIs para que seu conteúdo não prejudicasse a alimentação orgânica de sua própria página e também garantiram o triunfo de parceiros ideais, que sempre fazem diferença no seu negócio.

São em cases deste tipo que vemos a importância do conceito “API First”, onde o planejamento toma conta de toda a preocupação da área de negócio da empresa. Com esse tipo de investigação e estudos fortes, a ESPN teria conseguido prever este canibalismo causado pela própria API. Mesmo assim, eles conseguiram ser rápidos para mudar o interruptor de exposição.

No próximo artigo, analisaremos o case da InfoGlobo.